Presídio do Maranhão registra segunda morte de detento em um dia
Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Foi confirmada há pouco a morte de mais um preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Sildener Pinheiro Martins tinha 19 anos e morreu vítima de golpes de chuço durante briga de integrantes de uma mesma fação criminosa. Chuços são paus que têm uma ponta de ferro aguda semelhante a uma lança e podem ser fabricados pelos próprios detentos com objetos pontiagudos. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), o crime também está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
O jovem morto estava no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, que está sob segurança da Polícia Militar. Depois que uma rebelião no presídio deixou nove mortos e 20 feridos, 60 policiais militares foram enviados para aumentar a segurança. Atualmente 2.196 detentos estão presos no complexo penitenciário, que tem capacidade para 1.770 pessoas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, somente em 2013 foram registradas 60 mortes nos presídios maranhenses, incluindo três decapitações.
Na madrugada de hoje, o detento Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos, foi encontrado morto em uma cela de triagem com sinais estrangulamento. Mais quatro presos dividiam o espaço com Josivaldo. Ele estava foragido e foi novamente preso na terça-feira (31), após a Justiça emitir mandado de prisão. Pelo crime de roubo, foi preso em abril de 2009 e não retornou do indulto de Natal de 2012, quando recebeu o benefício. Sua pena era seis anos.
A morte de Josivaldo não pôde ser evitada pelo reforço policial enviado a Pedrinhas, pois o centro de triagem é um local provisório e tem a guarda de agentes da própria penitenciária. De acordo com a Sejap, o detento costuma ficar no centro de triagem de dois a três dias para que seja avaliado o melhor local para enviá-lo. A administração de presídios busca sempre evitar que criminosos de facções rivais sejam alocados em locais próximos.
Edição: Fábio Massalli
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