Primeiro-ministro do Paquistão anuncia fim de suspensão de pena de morte

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 08h48

Islamabad, 17 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, anunciou nesta quarta-feira o fim da suspensão das penas de morte para casos de terrorismo após o massacre talibã que matou ontem 148 pessoas, a maioria crianças, em uma escola em Peshawar, informou à Agência Efe uma fonte oficial.

O porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, Musaddiq Malik, explicou que Sharif decidiu suspender a moratória de execuções imposta em 2008 pelo anterior Executivo após o massacre de ontem, no qual 132 crianças morreram.

Malik informou que o chefe do exército, Raheel Sharif, afirmou que a medida será aplicada aos “terroristas” que já foram condenados e cumprem penas de prisão.

“O maior problema que temos agora são os terroristas que foram detidos Como devemos lidar com eles?”, afirmou Sharif em entrevista coletiva após o anúncio do levantamento da moratória.

“Como devem concluir seus julgamentos? Que pena se deve aplicar?”, perguntou o governante.

Após a entrevista coletiva, Sharif se reuniu com os principais partidos políticos para discutir a situação no país depois do ataque que ontem ele mesmo qualificou como “tragédia nacional”.

Os tribunais paquistaneses continuam sentenciando a morte, embora as execuções não estão sendo aplicadas desde 2008.

A Anistia Internacional calcula que oito mil pessoas estão no corredor da morte nas prisões paquistanesas por algum dos 28 delitos para os quais está prevista.

O Paquistão amanheceu hoje de luto, com bandeiras a meio mastro, colégios fechados e o início dos funerais, após uma noite de vigílias e rezas em mesquitas.

O ataque aconteceu ontem em um colégio administrado pelo exército em Peshawar, deixando um total de 132 estudantes e nove funcionários do colégio mortos, além de 131 feridos. Sete terroristas foram mortos dentro da escola.

O principal grupo talibã paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), reivindicou o ataque. A ação foi uma represália às operações militares lançadas pelo governo contra os insurgentes nas zonas tribais de Waziristão do Norte e Khyber. EFE

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