Procuradoria acusará policiais de Baltimore por morte de jovem negro

  • Por EFE
  • 01/05/2015 13h14
Cidadãos protestam contra morte de negro por policiais EFE Baltimore

A Procuradoria do estado de Maryland (EUA) anunciou nesta sexta-feira (01) que apresentará acusações contra seis policiais da cidade de Baltimore pela morte do jovem negro Freddie Gray, após analisar os resultados de várias investigações.

Em entrevista coletiva em Baltimore, a procuradora estadual por Baltimore, Marilyn Mosby, disse que Gray foi detido “ilegalmente” e formalizará acusações pelo possível homicídio do jovem de 25 anos, que não cometeu crime algum.

Freddie Gray morreu em 19 de abril, após uma semana em coma derivada de uma lesão de coluna provocada durante sua detenção, ocorrida uma semana antes.

A morte de Gray desencadeou uma onda de protestos em Baltimore que, no dia de seu funeral, na última segunda-feira, culminou em graves distúrbios por toda a cidade, na declaração do estado de emergência, na imposição de um toque de recolher desde terça-feira e em centenas de detenções.

Mosby destacou que Gray não tinha cometido “nenhum crime” quando foi detido em um dos bairros mais pobres de Baltimore, no noroeste da cidade.

A investigação da Procuradoria determinou que Gray foi algemado nos punhos e tornozelos, colocado em um furgão policial sem cinto de segurança, jogado no chão e lhe foram negados os primeiros socorros, apesar de a vítima ter pedido atendimento médico.

No total, seis policiais serão acusados formalmente em processo judicial. Um deles será acusado de assassinato em segundo grau (acusação mais grave), e outros dois receberão acusações de homicídio involuntário, e os outros deverão responder por ataque e descumprimento do dever.

Enquanto Mosby lia sua decisão, algumas pessoas que estavam na entrevista coletiva começaram a agradecê-la por, finalmente, ter sido tomada a decisão de processar os responsáveis pela morte de Gray.

O ambiente de tensão na cidade se manteve perigosamente elevado desde os distúrbios da última segunda, e o envio de 2 mil militares da Guarda Nacional à cidade.

Os manifestantes esperavam o mais rápido possível uma decisão sobre o caso de Gray, com pedidos de justiça e de uma mudança em um sistema que, em sua opinião, ampara a brutalidade policial contra afro-americanos de bairros pobres.

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