Professores chilenos suspendem greve de 57 dias e dão abertura a negociação
Santiago, 27 jul (EFE).- Os professores chilenos suspenderam nesta segunda-feira uma greve de 57 dias em rejeição ao projeto de lei sobre a carreira docente e voltarão a negociar com o governo, informaram representantes da categoria nesta segunda-feira.
Professores procedentes de todo o país decidiram em uma assembleia a “suspensão da greve e recompor a mesa de diálogo com o Ministério da Educação”.
A ministra da Educação, Adriana Delpiano, elogiou a suspensão em entrevista coletiva e argumentou que sua pasta está preparando indicações ao projeto de carreira para ser apresentado na segunda semana de agosto para, dessa forma, “iniciar o debate”.
Em relação à recuperação de aulas, Delpiano afirmou que os “estabelecimentos terão que apresentar seus planos e, na medida em que forem aprovados, será feita a análise de quantas horas diárias, sem sobrecarregar os alunos, permitirão a restituição das horas perdidas”.
“Certamente vai durar até o final da primeira quinzena de janeiro”, detalhou.
Ainda de acordo com Delpiano, apesar das tentativas de ajustar os tempos do segundo semestre, será preciso, inclusive, “destinar uma parte de março de 2016 para o aprofundamento de matérias”.
“Vai exigir um esforço de toda a comunidade educativa e dos pais”, enfatizou.
Jaime Gajardo, presidente do Colégio de Professores, disse que a suspensão da greve é um “pontapé inicial” para resolver o conflito, mas é preciso “renegociar pontos” que sua categoria ainda considera “frágil” e “requerem modificação”.
A carreira profissional docente é um dos projetos mais emblemáticos do governo da presidente do país, Michelle Bachelet, que promove uma ampla reforma ao sistema educacional para melhorar sua qualidade e garantir a gratuidade em todos os níveis.
Os professores rejeitam o projeto por exigências que consideram desmedidas para que jovens ingressem na carreira e pela existência de avaliações permanentes aos professores, ligadas com aumentos salariais.
A greve afetou cerca de 2.500 colégios dependentes dos municípios, e não os particulares. EFE
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