Professores mexicanos invadem sede de partido em Oaxaca e queimam documentos
Oaxaca (México), 4 jun (EFE).- Os professores mexicanos em greve invadiram nesta quinta-feira a sede do Partido Revolucionário Institucional (PRI) em Oaxaca, no sul do México, e queimaram documentos e mobília como parte de seu boicote às eleições de domingo.
Por volta das 11h30 (horário local, 13h30 de Brasília), um grupo de professores encapuzados da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) tomou veículos de transporte urbano no município de Santa Lucía del Camino, conurbado à cidade de Oaxaca.
Em seguida, partiram em caravana rumo às sedes dos partidos políticos, mas até o momento só saquearam as instalações do governista PRI, segundo constatou a Agência Efe.
Por sua vez, outro grupo retém veículos oficiais para tirar-lhes gasolina, devido à escassez do combustível tanto na capital como em outras regiões do estado provocada pelo bloqueio aos acessos de uma refinaria e um centro de distribuição da estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).
Desde segunda-feira passada os sindicalistas mantêm bloqueada a refinaria localizada no porto de Salina Cruz, região do Istmo de Tehuantepec de Oaxaca, assim como o terminal de abastecimento e distribuição da companhia petrolífera estatal em Santa Maria del Tule.
Um grupo de taxistas e transportadoras da Confederação dos Trabalhadores do México (CTM), ligado ao PRI, se dirigiu a esta instalação, localizada sobre a estrada a Tlacolula, para exigir que liberem o centro e se restabeleça o abastecimento de gasolina.
A situação no local é tensa perante o risco de um enfrentamento.
O sindicato de professores, que no dia 1º de junho iniciou uma greve indefinida que afeta mais de um milhão de alunos, advertiu que seguirá com o boicote às eleições, que consideram uma “farsa”, para pressionar o governo mexicano a fim de que responda a suas exigências.
Entre elas estão a recuperação com vida dos 43 estudantes desaparecidos no estado de Guerrero em setembro de 2014, um aumento salarial e a revogação da reforma educativa promulgada em 2013 pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.
No próximo domingo mais de 83 milhões de mexicanos estão convocados à urnas para escolher 1.996 cargos públicos, entre eles 500 deputados federais e governadores de nove estados. EFE
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