Quase 1,5 mil árvores caíram desde janeiro em São Paulo
Entre janeiro e abril deste ano, 1.273 árvores caíram na capital paulista. Entre segunda-feira, 16, e terça-feira, 17, os fortes ventos derrubaram mais 189. Esse número só é superado pelas 1.617 árvores que caíram nos quatro primeiros meses do ano passado, quando mais de 500 árvores foram ao chão em menos de uma semana, durante temporal que se estendeu do fim de 2014 até os primeiros dias de 2015, mostram dados da Prefeitura de São Paulo.
“O número de árvores caídas varia de ano a ano porque depende da condição climática. No ano passado, tivemos muito mais chuva e ventos do que em 2014”, disse Fernanda Soliga Voltan, supervisora técnica da Coordenação de Subprefeituras e responsável pelo assoreamento do parque arbóreo. Se comparados os anos de 2015 e 2013, houve um aumento de 72% no total de árvores caídas. Já entre 2015 e 2014, o aumento foi de 41,5%.
O principal motivo para a queda das árvores, segundo a supervisora, são os ventos fortes. Também são comuns o corte de raízes por cidadãos que tentam nivelar a calçada e acabam danificando a base das plantas, a contaminação por doenças (pragas, cupins e fungos) e ainda a adequação do canteiro – ou seja, quando alguém planta uma muda em um canteiro pequeno fazendo com que ela cresça com limitação física.
Até o fim da semana, a Prefeitura vai concluir um levantamento sobre a condição fitossanitária das árvores que caíram na tempestade. O parecer técnico vai indicar o número de plantas saudáveis.
Luz
A tempestade deixou um rastro de destruição. Bombeiros informaram que atenderam 42 ocorrências na Grande São Paulo somente na manhã de ontem. Segundo a Eletropaulo, o temporal deixou 110 circuitos desligados na capital e na região metropolitana. Ainda havia bairros sem luz na noite de terça-feira.
Em um edifício da Rua João Arruda, em Perdizes, ao menos 14 janelas tiveram os vidros destruídos por causa da chuva e do vento forte. Em alguns apartamentos o prejuízo foi mais longe, atingindo também os móveis dos moradores. “Veio como um furacão, como eu nunca vi igual. Assustou todo mundo”, contou o aposentado Antonio Fortini, de 84 anos. A janela do apartamento foi empurrada para dentro com a força do vento. Ao tentar fechá-la, o aposentado cortou uma das mãos. “Minha mulher fez uma cirurgia no coração recentemente, não podia passar nervoso. Fiz de tudo, mas a natureza veio com um estrondo.”
Cerca de 30 metros de um dos muros do Cemitério do Araçá, em Pinheiros, desmoronou sobre a calçada da Rua Monsenhor Alberto Pequeno. Segundo a administração do local, 60 urnas com ossadas foram derrubadas, mas o conteúdo não foi danificado.
Mãe e filha
A autônoma Deyse Cristina Oliveira Sousa Santos, de 31 anos, e a filha, Maria Luiza, de 3 anos, atingidas por uma árvore no Largo da Concórdia, no Brás (centro), na segunda-feira, estão internadas em estado grave na Santa Casa de São Paulo. Ambas sofreram traumas e fraturas e passaram por cirurgia. A criança está sedada na UTI, respira com a ajuda de aparelhos, mas seu estado é considerado estável. Maria Luiza chegou a ser ressuscitada pelos bombeiros. O quadro da mãe, que também está na UTI, piorou ontem após cirurgia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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