Rebeldes pró-Rússia permitirão resgate das vítimas do voo MH17
Kiev, 19 jul (EFE).- Os rebeldes pró-Rússia que controlam o lugar da província de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde caiu o avião malaio derrubado por um míssil, permitirão os trabalhos de resgate e investigação em um raio de 20 quilômetros, informou neste sábado uma fonte dos serviços de segurança ucranianos.
Esse foi o acordo conseguido pelo grupo de contato formado por representantes de Ucrânia, Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em uma videoconferência realizada ontem à noite em Kiev com os pró-russos, informou hoje Valentin Nalivaichenko, chefe dos serviços de segurança ucranianos.
“As negociações de três lados terminaram com um acordo para que seja criada uma área de 20 quilômetros quadrados para que a Ucrânia possa cumprir com sua tarefa humanitária, recolher os corpos e entregá-los a seus familiares”, disse Nalivaichenko, segundo a imprensa ucraniana.
“Para isso foi estabelecida uma área concreta de 20 quilômetros, e esperamos que os terroristas (forma como Kiev denomina os insurgentes) nos deixem trabalhar. No grupo trilateral há representantes da Rússia e esperamos que eles cumpram com sua palavra” acrescentou.
Vários países e o Conselho de Segurança da ONU pediram uma investigação independente para esclarecer as causas do acidente do avião da Malaysia Airlines que caiu na rebelde região de Donetsk na última quinta-feira. Para isso, exigiram que os rebeldes pró-Rússia permitam o acesso ao local da tragédia.
Os Estados Unidos e outros países do Ocidente culpam os insurgentes de terem supostamente abatido o voo MH17 e, de forma indireta, responsabilizam a Rússia por fornecer apoio aos separatistas.
Ontem, um grupo de inspetores da OSCE chegou, em um helicóptero, ao local do acidente, perto da cidade de Shakhtarsk, em Donetsk, mas denunciaram que não tiveram pleno acesso por parte dos milicianos que controlam a área.
Enquanto isso, investigadores internacionais estão a caminho de Kiev, entre eles mais de 130 especialistas da Malásia, e uma equipe da Holanda, o país que conta com mais vítimas entre os quase 300 passageiros mortos no acidente. EFE
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