Salmond diz que Escócia “não tolerará” atrasos na cessão de autonomia

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h23

Londres, 23 set (EFE).- O ministro principal escocês e líder independentista Alex Salmond afirmou nesta terça-feira que a Escócia não aceitará atrasos na cessão de autonomia prometida pelos três grandes partidos parlamentares britânicos.

Em seu primeiro discurso no parlamento de Edimburgo após o referendo de independência da quinta-feira passada, que rejeitou a independência, Salmond disse também que, no final do processo iniciado pela consulta, a Escócia “emergirá como ganhadora”.

“O verdadeiro guarda do progresso será o eleitorado revigorado desta nação”, disse ele para incidir que o povo escocês “não tolerará evasivas nem atrasos” por parte de Londres no processo de transferência de competências.

Os três principais partidos do Reino Unido – conservadores e liberaldemocratas, no poder, e trabalhistas – prometeram pouco antes do referendo de 18 de setembro que dariam mais poderes à região caso o “não” ganhasse na consulta. Ao todo, 55% dos escoceses votaram contra a independência – frente a 45% que respaldou o “sim”-, o que significa que o governo e os partidos britânicos devem agora cumprir com a promessa de mais autonomia.

“A Escócia tem agora a população mais politicamente ativa da Europa ocidental e uma das mais ativas de qualquer país no mundo democrático. Esta terra foi um centro de debate pacífico e apaixonado, no local de trabalho, nos lares, nas cafeterias, nos pubs e nas ruas”, afirmou o ministro principal.

“Esta massa social que se mobilizou em torno do referendo representa um órgão político totalmente novo, que fala claro e forte”, declarou Salmond.

Segundo ele, as pessoas têm que levar em consideração que nada voltará a ser igual.

“Nosso grande debate nacional nos ajudará a construir um país mais justo, mais próspero e mais democrático. E em todo isso, toda Escócia emergirá como ganhadora”, disse o líder independentista.

Em seu discurso no parlamento de Holyrood, onde o SNP tem a maioria desde 2011, Salmond propôs que a idade mínima para votar seja diminuída dos 18 para os 16 anos em todo o Reino Unido, tal como feito para o referendo.

Lorde Robert Smith começou hoje, a pedido do governo britânico, o processo de consulta com os partidos escoceses para pactuar uma proposta de autonomia, que se contraporá com a qual apresentará o Executivo de Londres em 31 de outubro. Com estes relatórios, está prevista a elaboração de uma minuta de legislação sobre o novo status da Escócia para 25 de janeiro. EFE

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