STF abre inquérito contra Renan, Cunha e mais políticos citados na Lava-Jato
Brasília, 6 mar (EFE).- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou na noite desta sexta-feira a abertura de inquéritos contra vários políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção na Petrobras, entre eles Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, ambos do PMDB.
Além deles, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB) e outros 44 políticos (33 parlamentares e três ex-ministros), serão investigados por suposto envolvimento em desvios que custaram bilhões de reais à estatal e foram revelados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF).
Teori Zavascki atendeu à solicitado do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e divulgou a lista, que em sua grande maioria é composta por políticos da base de apoio à presidente Dilma Rousseff. Do lado da oposição, foi aceita pelo ministro a investigação do senador Antonio Anastasia (PSDB).
O PP é o partido com mais políticos que responderão a inquéritos, com um total de 32, seguido por PMDB (7), PT (6), PSDB (1) e PTB (1). A relação conta com 12 senadores – o que representa mais de 10% dos 81 membros da Casa – e 22 deputados.
Entre os senadores que serão investigados estão o ex-ministro de Energia e Minas Edison Lobão (PMDB) e a ex-ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT), que estiveram no governo no primeiro mandato de Dilma. Também consta na lista o ex-deputado Mario Negromonte (PP), que foi ministro de Cidades entre 2011 e 2012.
Além disso, foram arquivados os inquéritos contra o ex-candidato à Presidência da República nas últimas eleições, Aécio Neves (PSDB); o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB); o deputado Delcídio Amaral (PT); e o ex-deputado Alexandre Santos (PMDB).
Já os senadores Romero Jucá (PMDB), Ciro Nogueira (PP) e o deputado e ex-ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro (PP) tiveram arquivadas parte das suspeitas, mas serão investigados em outros processos.
Por este caso de corrupção na Petrobras, a Polícia Federal prendeu ex-diretores da estatal e empreiteiros que participavam de negócios com a companhia. Vários detidos aceitaram acordos de delação premiada com a Justiça em troca de uma futura redução de pena e denunciaram que os desvios eram favorecidos pelos políticos denunciados e agora sob investigação.
Segundo as autoridades, os empresários obtinham contratos com a Petrobras, inflavam os preços, repartiam parte dessa diferença com dirigentes da estatal e repassavam o restante entre os políticos, que recebiam os valores clandestinamente ou por via legal, como doações de campanha eleitoral. EFE
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