Tia de criança afogada responsabiliza Canadá e “o mundo inteiro” pela morte

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2015 16h39
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Toronto (Canadá), 3 set (EFE).- Tima Kurdi, tia de Aylan Kurdi, a criança síria de três anos que morreu afogada junto com seu irmão e sua mãe quando tentavam atravessar o Mediterrâneo fugindo da Síria, declarou nesta terça-feira considera o governo canadense “e o mundo inteiro” responsável pela morte de seus familiares.

Kurdi, que chegou ao Canadá em 1992, deu uma emocional entrevista coletiva em sua casa em Coquitlam, na província da Colúmbia Britânica, e explicou como tentou patrocinar a família para que fossem aceitos como refugiados pelo governo canadense.

Mas segundo Tami Kurdi, o Canadá rejeitou o pedido de refúgio por “um documento”.

Perguntada se responsabilizava o governo canadense pela morte de Aylan Kurdi, e de seu irmão mais velho, Galip, de cinco anos, e da mãe deles, Rehan; Tami, Kurdi afirmou: “sim”.

“(O governo canadense) me disse que faltava um documento para minha família”, afirmou.

Tami Kurdi também assinalou que seu irmão, Abdullah Kurdi, disse que não poderia conseguir o documento que o governo canadense exigia porque era um certificado de residência das autoridades turcas.

Chorando, Kurdi se referiu várias vezes aos seus dois sobrinhos falecidos, que há apenas duas semanas tinham pedido uma bicicleta. “Pobrezinhos, nunca tiveram uma boa- vida”.

“Honestamente, não quero só responsabilizar o Canadá. Estou responsabilizando todo o mundo por não ajudar o suficiente aos refugiados e por não parar esta guerra. E sei que o podem fazer. Se ninguém financiar os rebeldes, a guerra parará”.

A cidadã sírio-canadense também explicou como, pouco antes de seus familiares tentarem abandonar a Turquia em uma embarcação com destino à Grécia, falou por telefone com sua cunhada, que confessou ter dúvidas sobre a viagem.

“Estou tão assustada com a água. Não sei nadar”, desabafou Rehan Kurdi. EFE

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