Ucrânia: policial morre e 100 ficam feridos em explosão em frente ao parlamento

Opositores à reforma constitucional enfrentam a polícia em Kiev

Um integrante da Guarda Nacional ucraniana morreu nesta segunda-feira nos confrontos que ocorreram perto da sede da Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia, que deixaram cerca de cem feridos entre os membros das forças de segurança, conforme informou o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov. “Morreu um soldado da Guarda Nacional por causa de um ferimento no coração”, escreveu Avakov em sua página no Facebook. Cerca de 100 outros agentes ficaram feridos.

O representante da pasta confirmou que quase todos os feridos, entre os quais há dois jornalistas, foram impactados pela explosão de uma granada lançada por um nacionalista radical, que já foi preso pela polícia.

O ataque aconteceu durante confrontos entre as forças de segurança e manifestantes radicais que protestavam pela aprovação de uma reforma constitucional para descentralizar o país, considerada pelos nacionalistas uma concessão inaceitável aos separatistas pró-Rússia.

A descentralização é um dos pontos dos acordos de Minsk para a regulação do conflito nas regiões orientais ucranianas de Donetsk e Lugansk.

Os radicais, que se concentraram em frente ao parlamento no começo da manhã, protestavam por uma disposição transitória sobre um “regime especial de autogoverno em determinadas zonas das regiões de Donetsk e Lugansk” contida nas emendas.

Segundo os nacionalistas, essa disposição abre a portas para a desintegração da Ucrânia. A presidência da Ucrânia anunciou que o chefe de Estado, Petro Poroshenko, se pronunciará pela televisão ainda hoje.

Mais policiais feridos

Cerca de 100 policiais ficaram feridos depois da explosão da granada durante uma manifestação em frente ao Parlamento da Ucrânia, informou a polícia de Kiev. O incidente ocorreu durante confrontos entre a polícia e manifestantes nacionalistas, que protestavam contra a aprovação pela Rada Suprema (Parlamento) da polêmica reforma constitucional, que concede mais autonomia aos territórios separatistas do Leste do país.

O chefe da polícia da capital ucraniana, Alexander Tereschuk, disse à imprensa que o homem que lançou a granada foi detido. “Tenho informação de que há mortos”, disse o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitshcko, à televisão 112 Ukraina.

Entre os feridos, há pelo menos quatro que estão em estado grave, segundo a Guarda Nacional, uma força militarizada que depende do Ministério do Interior e é formada em parte por voluntários que integraram as milícias de defesa de Maidan, movimento pró-europeu que liderou a contestação de fevereiro de 2014.

Um dos feridos graves citados pelo chefe da polícia perdeu ambas as pernas. Nenhum manifestante sofreu ferimentos, segundo a mesma fonte.