UE não reconhecerá validade de “pseudo consulta” da Crimeia, diz Holande

Paris, 15 mar (EFE).- O presidente da França, François Hollande, disse neste sábado que a União Europeia não considerará válido o referendo convocado na Crimeia para este domingo sobre sua anexação à Rússia.

Em um discurso à imprensa junto ao primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, Hollande fez pediu à Rússia que seja encontrada uma solução política que respeite a integridade territorial da Ucrânia, e advertiu que se não houver um recuo os europeus decidirão na segunda-feira a imposição de punições.

“O referendo ou a consulta na Crimeia não tem nenhum valor legal. É preciso voltar à via da negociação respeitando a integridade territorial da Ucrânia”, declarou o presidente francês, com quem Renzi disse compartilhar sua posição.

Hollande se referiu à votação como “uma pseudo consulta” porque “não respeita o direito interno da Ucrânia nem o direito internacional”. “Com isso, a França, assim como a União Europeia, não reconhecerá a validade dessa consulta”, completou.

A esse respeito, o presidente francês lembrou que está prevista para próxima segunda-feira uma reunião dos responsáveis diplomatas dos países da UE e destacou que sanções previstas em vários estágios podem ser aplicadas progressivamente.

O chefe do Estado se negou a dizer se manterá a visita a Moscou de seus ministros das Relações Exteriores, Laurent Fabius, e Defesa, Jean-Yves Le Drian, programada para a próxima terça-feira e pediu para esperar até um dia antes.

Quanto a um possível cancelamento de contratos militares entre França e Rússia, em particular os de alguns navios que serão construídos para a marinha russa com tecnologia francesa, se limitou a comentar que isso poderia ser adotado, mas em “uma terceira fase” de punições.

O primeiro-ministro da Itália, além de se dizer de acordo com o que foi dito por Hollande, enalteceu a unidade que está sendo mantida por membros do G7 e da UE. EFE

ac/dr