Venezuela protesta perante a CIDH por “declaração de guerra” dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 00h50
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Washington, 17 mar (EFE).- O governo da Venezuela protestou nesta terça-feira perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pela declaração de “emergência nacional” e as sanções emitidas na semana passada pelos Estados Unidos, e as considerou uma “declaração de guerra”.

O representante do governo venezuelano para Direitos Humanos, Germán Saltrón, falou sobre a tensão de seu país com os Estados Unidos durante uma audiência da CIDH centrada na situação de direitos humanos na Venezuela.

“Agora nos ameaça o governo dos EUA. O presidente (Barack) Obama declarou que o Estado venezuelano é um Estado fugitivo e declara o governo venezuelano como inimigo e uma ameaça aos. EUA Isto é uma declaração de guerra contra a Venezuela e contra a América Latina e o mundo”, afirmou Saltrón.

“A Venezuela está no dever de denunciá-lo nesta comissão e em todos os organismos de direitos humanos”, acrescentou.

Saltrón considerou que as medidas anunciadas pelos EUA representam “uma ameaça para todos os Estados”, porque “todos os países violam” em maior ou menor medida os direitos humanos.

“Se o pretexto para intervir em um país é a violação de direitos humanos, significa que os EUA também podem ser invadidos, porque são o principal violador de direitos humanos do mundo”, comentou.

As relações entre EUA e Venezuela, cada vez mais debilitadas desde que ficaram sem embaixadores em 2010, se agravaram depois que Obama declarou na semana passada uma “emergência nacional” pelo “risco” que representa para seu país a situação na Venezuela.

Além disso, Obama implementou e ampliou sanções aprovadas pelo Congresso americano em dezembro contra alguns funcionários do governo venezuelano, dos quais identificou sete, e cujos ativos nos EUA ficaram congelados, além de ter proibida sua entrada no país.

As declarações de Saltrón perante a CIDH acontecem dois dias antes que a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, compareça ao Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para falar sobre as medidas tomadas pelos EUA, qualificadas pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de “aberrantes” e “ilegais”.

Por sua vez, os EUA defenderam seu direito “soberano” de impor sanções sobre seu próprio território e seu sistema financeiro, e hoje o subsecretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado, Alex Lee, assegurou que as sanções não pretendem provocar a queda do governo de Maduro nem “sabotar a economia venezuelana”. EFE

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