Yoko Ono pede fim da caça de golfinhos no Japão

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2014 11h26

Tóqio, 21 jan (EFE).- A artista japonesa Yoko Ono publicou nesta terça-feira uma carta em seu site na qual pede aos pescadores da cidade japonsa de Taiji que deixem a caça anual de golfinhos, já que considera que esta prática alimenta o “ódio” de outros países em relação ao Japão.

Na carta, dirigida aos pescadores e ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, Ono diz compreender o desgaste que a pressão “unilateral do Ocidente” para pôr fim a “tradicional captura e massacre de golfinhos” gera em Taiji.

No entanto, pede que observem a situação de um ponto de vista “mais amplo” e compreendam que o Japão necessita “da simpatia e da ajuda do resto do mundo”.

Taiji, considerado o berço da pesca de cetáceos no Japão, realiza há décadas a caça de golfinhos. Parte deles são vendidos a zoológicos e aquários de todo o mundo antes do restante ser destinado ao consumo humano.

“A forma como estão insistindo em matar tantos golfinhos e sequestrá-los para vender a zoológicos”, disse Ono, “fará com que as crianças do mundo odeiem os japoneses”.

A carta é finalizada com o pedido de acabar com o ritual realizado uma vez por ano e “considerado pelo resto do mundo como um sinal de arrogância, ignorância e amor pela violência por parte do Japão”.

A famosa ativista se une à embaixadora dos EUA no Japão, Caroline Kennedy, que no fim de semana passado qualificou de “desumana” esta tradição em sua conta no Twitter e lembrou que Washington não permite esta prática.

Já o ministro porta-voz do Japão, Yoshihide Suga, disse que a atividade “tradicional” é realizada dentro da legalidade e que Tóquio “apresentará sua posição para os americanos”.

De acordo com a organização ambientalista Sea Shepherd, os pescadores de Taiji já começaram a matar muitos dos cerca de 250 golfinhos que capturaram desde a semana passada.

A pesca em águas pouco profundas de golfinhos e pequenos cetáceos é realizada em Taiji por meio de um método tradicional inventado na cidade, no qual várias embarcações criam um muro de som que empurra os animais para a baía, onde são selecionados e, em seguida, capturados.

O filme americano “A Cova”, ganhador do Oscar em 2009 de melhor documentário, contribuiu para expor a prática, que desde então foi muito criticada no mundo por sua crueldade. EFE

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