Aglianico é sinônimo de vinho potente, complexo e de qualidade; confira como combinar

Apesar de ser ainda uma casta pouco difundida no Brasil, a Aglianico tem lugar garantido nas adegas de apreciadores

  • Por Esper Chacur Filho
  • 25/12/2020 10h06
Reprodução/Esper Chacur Filho Todos devem ser bebidos levemente refrescados e abertos com meia hora de antecedência

A casta Aglianico é a mais importante uva para vinhos tintos da Campania, originando também grandes vinhos em outras regiões do sul da Itália, como Basilicata, Calabria, Puglia e Molise. O sul da Itália, como outras regiões peninsulares europeias, foi palco de várias invasões e abrigou povos de etnias distintas, assim como os gregos, que também estiveram por lá. A casta Aglianico veio, justamente, com eles. A Aglianico tem sua origem na Grécia e é cultivada no sul da Itália, principalmente na região da Basilicata, onde as videiras plantadas nas encostas do Monte Vulture (um vulcão extinto) trazem grande influência do terroir. O método de orientação das cepas sobre postes, com as plantas formando pirâmides, é único, e permite que seus frutos de primeira qualidade amadureçam de forma melhor do que se estivessem sob estruturas de arame. O resultado são vinhos intensos, complexos e de personalidade. Muitos consideram estes vinhos, que podem envelhecer por 15 anos, os ‘Barolos do sul da Itália’. Com o passar dos anos, eles ficam mais característicos, e as notas de defumado, cada vez mais intensas.

A Aglianico é misteriosa já a partir do nome. Remete a “helênico”, a antiga uva grega. Sob a dominação espanhola, a uva era cultivada basicamente em planícies (que em espanhol se diz “llano” – o “ll” em italiano se escreve “gl”). Mas nem todo mundo concorda com essa teoria. Outros afirmam que a palavra vem do grego “aglaós”, que significa “esplêndido”, com referência à cor que seus vinhos adquirem. Seja qual for a origem do nome, a Aglianico é certamente a variedade de uva mais importante do sul da Itália, e uma das mais expressivas de toda a bacia do Mediterrâneo. Em alguns lugares é chamada de Nebbiolo do sul, como bem coloca o time do site “vinitude”. Apesar de ser ainda uma casta pouco difundida no Brasil, a Aglianico tem lugar garantido nas adegas de apreciadores. Infelizmente, apenas cerca de 10% da região produz vinhos de qualidade. Eles acompanham bem pratos vigorosos, gordos mesmo. Por exemplo, eu beberia um Aglianico com um Eisbein com batatas. Alguns bacanas que encontramos no Brasil são o Radici Taurasim, importado pela Mistral; o Rubrato, da WorldWine-La Pastina, o Villa Matilde da Grand Cru e o Villa Raiano da Decanter. Todos devem ser bebidos levemente refrescados e abertos com meia hora de antecedência. Salut!!!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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