Constantino: Governo Bolsonaro é uma espécie de Temer 2.0

Neste domingo (9), o presidente Jair Bolsonaro convidou o ex-presidente Michel Temer para chefiar a missão de ajuda humanitário ao Líbano após explosão que atingiu porto; Temer precisa de autorização judicial para deixar o país

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2020 18h13
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Divulgação/Palácio do Planalto O presidente Michel Temer e seu sucessor eleito, Jair Bolsonaro, se reúnem durante declaração à imprensa

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter convidado o ex-presidente Michel Temer (MDB) para chefiar uma missão humanitário no Líbano depois da forte explosão no porto de Beirute, o comentarista Rodrigo Constantino, do 3 em 1, da Jovem Pan, avaliou que o governo Bolsonaro “é uma espécie de Temer 2.0, melhorado porque tem um ministério melhor”. “Não podemos esperar milagres, mas se continuar sem escândalos de corrupção e com uma agenda boa de reformas está mostrando mais ou menos ao que veio”, avaliou Constantino. Para Constantino, a aproximação de Bolsonaro e Temer é “natural e traz um peso muito grande, um toque especial” à missão humanitária ao Líbano “Eu vejo com naturalidade, tendo em vista que há uma rua no Líbano com o seu nome. Ele tem ascendência libanesa. E há uma coisa em comum entre Bolsonaro e Temer, ambos foram alvo de tentativas de boicote para tentar inviabilizar reformas. Vejo, portanto, com naturalidade sob o aspecto político e diplomático”, disse.

Ao saber do convite, Temer que tem ascendência libanesa se disse “honrado”. O ex-presidente, no entanto, precisa de autorização judicial para deixar o país rumo ao Líbano. Ele responde a acusações de corrupção passiva entre outros crimes investigados pela Lava Jato do Rio de Janeiro. No ano passado, Temer conseguiu autorização do Tribunal Regional Federal, da 2ª região, para poder palestrar na Inglaterra – ele havia sido preso em março pela Lava Jato. A decisão sobre a nova viagem ao Líbano deverá ser decidida pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio.

Na avaliação da comentarista Thaís Oyama, o fato de Temer precisar de autorização para viajar “já diz muito sobre o convidado”. “Quanto ao ex-presidente Temer, o fato de precisar de permissão para viajar já diz muito sobre o convidado e sobre quem o convidou, o presidente Jair Bolsonaro, que já pode ser chamado de ‘o mais novo entusiasta da velha política'”, disse Oyama. Para Luiz Carlos Azedo, o convite de Bolsonaro a Temer “transcende a ajuda humanitária”. Segundo ele, “se fosse só humanismo, ele [Bolsonaro] teria decretado luto oficial pelos 100 mil mortes [por Covid-19]. É uma jogada política para aproximar o MDB do governo, é um fator de governabilidade”, destacou.

Assista à íntegra do 3 em 1:

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