Oyama: Além de ministro do Turismo, Lorenzoni está na mira para ceder cargo ao centrão
Demissão de Marcelo Álvaro Antônio após críticas ao ministro Ramos reacende as articulações de Jair Bolsonaro com partidos de centro
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido por Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 9, após uma discussão causada por uma mensagem enviada por ele em um grupo com representantes das pastas do governo no WhatsApp. Em um longo texto, o ministro teria criticado o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do planalto, afirmando que o militar estaria negociando o cargo dele com o centrão sem o consentimento. A polêmica em torno de mais uma demissão de ministros e a aproximação de Jair Bolsonaro com o centrão foi tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta quarta. Thaís Oyama afirmou que, segundo apuração, a articulação da negociação de cargos ministeriais do governo Jair Bolsonaro com o centrão está dentro dos planos para tornar Arthur Lira (Progressistas) o novo presidente da Câmara dos Deputados – Lira lançou sua candidatura ao posto nesta quarta. “O ministro do Turismo e também o ministro Onyx Lorenzoni eram os primeiros nomes cotados para serem sacrificados nesta negociata do governo em troca do apoio para o nome do Arthur Lira para a presidência da Câmara, só que o Marcelo Álvaro Antônio não gostou de ver o nome dele sendo negociado pelo general Luiz Ramos”, afirmou. A jornalista lembrou que as articulações de Ramos ocorrem por ordem do presidente e disse que o deputado Marcos Pereira (Republicanos), que até pouco tempo atrás era parceiro de Rodrigo Maia, é um dos nomes mais cotados para assumir o cargo. “O Marcos Pereira sentindo que o Rodrigo Maia não iria apoiar ele [para a presidência da Câmara] já estava com o pezinho fora. Agora o governo faz esse aceno para o Marcos Pereira ‘olha, deixa aí o bote do Rodrigo Maia e vem para o meu bote que você ganha um ministério’, então isso seria muito conveniente e é isso que está sendo negociado no momento”, afirmou.
Para Tomé Abduch, o assunto é de extrema importância e o ministro Ramos afasta Bolsonaro da sua base ao se envolver em mais uma polêmica com outros representantes de pasta. Em ocasião anterior, Ramos brigou com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de forma pública nas redes sociais. Ele lembrou que negociações com os partidos de centro fazem parte de uma estratégia política para ter maioria no Senado e na Câmara e aprovar reformas e pautas propositivas para o país e pontuou que “o que não pode se permitir é que se roube” dentro do governo. “Tenho plena convicção que o General Ramos, apesar de ser um general quatro estrelas, muito condecorado, capaz para muitas outras coisas, ele não tem a menor competência para estar no cargo que está, que é uma secretaria de governo”, afirmou. Marc Sousa reforçou a fala de Oyama ao pontuar que o representante do Turismo estava prestes a ser demitido em uma reforma ministerial e considerando que ele “já vinha mal das pernas”. Para ele, Marcelo Álvaro “saiu atirando” ao ver que seria retirado do cargo. “Lembro que o ministro é aquele que tem um histórico do laranjal do PSL, então há muito tempo ele já vinha sangrando, talvez o governo Bolsonaro perdeu de demití-lo lá atrás. Não fez lá atrás e agora se vê diante de uma situação que é bem complicada”, afirmou. Para ele, Bolsonaro vai ter que esclarecer para a sua base os porquês de não cumprir a promessa de campanha de se afastar do centrão caso fosse eleito.
Confira o programa “3 em 1” desta quarta-feira, 9, na íntegra:
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