Agressões e discordâncias no Conselho de Ética podem atrasar ainda mais processo de Cunha

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2015 12h25
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Deputados quase entraram em confronto físico Reprodução Deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB) quase entraram em confronto físico

 Deputados do Conselho de Ética partem para baixaria e atrasam outra vez o início do processo contra Eduardo Cunha. Na apresentação de Marcos Rogério, do PDT de Rondônia, como novo relator, dois parlamentares partiram para a briga. Zé Geraldo, do PT do Paraná, e Wellington Roberto, do PR da Paraíba, tiveram de ser contidos para não saírem no braço. A confusão começou quando foi apresentado um pedido pelo afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.

Apaziguados os ânimos, o novo relator do processo prometeu entregar parecer na próxima terça-feira (15/12). O deputado Marcos Rogério defende a continuidade do processo e antecipa mudanças no texto do colega Fausto Pinato: “No que discordei, apenas por questões formais, foi no aproveitamento de aspectos de mérito, ou seja, você antecipar no juízo preliminar aspectos de mérito, uma vez que você antecipa também a defesa, as armas de defesa”.

O deputado Fausto Pinato foi afastado da relatoria por decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, aliado de Eduardo Cunha. O parlamentar do PRB paulista disse que recebeu ofertas de propina no decorrer do processo. O deputado também revelou que sofreu muitas ameaças e temeu até pela segurança da família dele. Por tudo isso, Pinato diz que não vai recorrer contra a medida, mas fala de um movimento de reação a seu favor: “Eu recebi apoio de vários partidos, inclusive do meu líder Russomanno que deve estar tomando as medidas cabíveis. Vamos aguardar se esse recurso da questão de ordem vai para a mesa, vamos ver se vai ser acatado ou colocado em votação”.

O presidente da Câmara avisa que o afastamento de Fausto Pinato pode ser contestado na Comissão de Constituição e Justiça. Eduardo Cunha enfatiza que se trata de prerrogativa de qualquer deputado e que, em outra situação, ele mesmo recorreria à CCJ: “Se alguém não se contenta com qualquer decisão proferida pelo presidente da Câmara ou quem estiver exercendo, cabe recurso à Comissão de Constituição de Justiça. A decisão está lá e pode ser recorrida por quem quer que seja. Se fosse diferente eu mesmo recorreria”.

E o presidente do Conselho de Ética entendeu a sinalização de Eduardo Cunha e prometeu ir à luta em todas as instâncias. O deputado José Carlos Araújo agora está convencido de que o afastamento de Fausto Pinato foi irregular: “Nós temos já assessores jurídicos trabalhando, vamos fazer um recurso no plenário e vamos ver onde mais tem que fazer recursos. Em todas as instâncias vamos recorrer para ser corrigido esse grande erro que foi cometido pela mesa”.

Especialistas dizem que, se esta manobra der certo, haverá mais um substancial atraso no processo. Ela poderá invalidar todo o trabalho que o novo relator, Marcos Rogério, promete fazer até a próxima terça-feira.

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