Alckmin atribui déficit de policiais civis a aumento de aposentadorias

Com a proposta de revitalizar o centro de São Paulo e atender a demanda de moradia, o governo paulista acaba de anunciar a concessão do terreno 18 mil m² da antiga rodoviária para construção de habitações populares através de Parceria-Público-Privada, a PPP. Foto: Ciete Silvério/ A2img Geraldo Alckmin

O governador Geraldo Alckmin atribuiu o déficit de policiais civis no Estado de São Paulo ao número elevado de aposentadorias dos agentes. Incertezas quanto a possíveis mudanças de benefícios na reforma da Previdência ajudaram a consolidar essa tendência.

Além disso, a corporação perdeu funcionários por causa de uma lei que diminuiu a idade de aposentadoria compulsória de 70 para 65 anos. Esta regra acabou revogada em 2015, mas o governador de São Paulo disse que o estrago já estava feito.

“Nós perdemos 1700 policiais. A lei, que foi sancionada pela presidente Dilma, é tão absurda que mudou um ano depois. Só que quem saiu não pode voltar mais”, explicou Alckmin.

O Sindicato dos Delegados rebateu a afirmação e esclareceu que o efetivo da Polícia Civil praticamente caiu pela metade desde 1994. Há 23 anos, eram 39 mil agentes, contra 21 mil em 2017 – diminuição de 46%. Ao mesmo tempo, a população do Estado de São Paulo cresceu 32%, indo de 33 milhões para 44 milhões de habitantes.

A secretária-geral do Sindicato dos Delegados, Mayla Ferreira Haddid, garantiu que a perda de efetivo não aconteceu de uma hora para outra: “é um processo que existe há alguns anos, e uma falta de atenção governamental em relação à estruturação da Polícia Civil. A gente não observa esse fenômeno ocorrendo na Polícia Militar, por exemplo”.

O governador paulista afirmou ainda que neste mês estão se formando 442 policiais civis que devem assumir os postos em abril. Geraldo Alckmin promete convocar em breve agentes que já passaram em concursos, mas que ainda não foram empossados.

* informações de Tiago Muniz