Conselho Federal de Medicina se manifesta contra a recriação da CPMF

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2016 12h35

Taxa de juros subiu após alta do dólar

Marcos Santos/USP Dinheiro

 Apesar do potencial de injetar até R$ 32 bilhões na saúde, o Conselho Federal de Medicina se firma contra o retorno da CPMF. A manobra é considerada fundamental pelo Governo para recuperar o equilíbrio fiscal e o grau de investimento das agências de classificação de risco e tem resistência até da base aliada.

No entanto, para a entidade, a área precisa mais de gestão do que de dinheiro. Segundo o conselheiro federal do CFM do Estado do Rio, Sidnei Ferreira, antes de reinventar imposto, é preciso impedir a corrupção e a terceirização da Saúde: “Se a gestão for correta, colocar o dinheiro do orçamento de forma adequada, fiscalizar, modernizar a gestão e parar de terceirizar, porque isso tira ainda mais o controle. Controle que o governo tem a obrigação de ter”.

Segundo um levantamento com base em dados do próprio governo, o Brasil está abaixo da média das Américas de investimentos em saúde per capita na casa dos US$ 1800. A média nacional é 70% menor e gira em torno de US$ 500: “No Reino Unido é US$ 3 mil, na Suécia US$ 4.600, na França, Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Espanha, todos estão acima de US$ 1000 e o Brasil tem US$ 523 em média. É uma quantidade de dinheiro que não resolve. E tem que levar em consideração que uma parte desse dinheiro que deveria ser aplicada não é e outra parte é desviada em fraudes”.

A posição do Conselho Federal de Medicina entra em coro com as mobilizações sociais contra a ressurreição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Só neste ano quase 200 mil pessoas se mobilizaram no site de petições online change.org, em abaixo-assinados contra o retorno do imposto que arrecadou R$ 223 bilhões em 11 anos. Segundo a própria Receita Federal, boa parte dos recursos não foi usada na saúde

Informações de Carolina Ercolin

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