Empresas que assinaram acordo de leniência merecem credibilidade, diz procurador da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2017 09h08
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Divulgação Rolls-Royce - DIV

Após a multinacional britânica Rolls-Royce firmar acordos de leniência no Brasil, Estados Unidos e Grã-Bretanha para encerrar as investigações sobre casos de corrupção, muito se discute sobre a retomada da atividade das empresas após situações como essa.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o integrante da força-tarefa da Lava Jato, procurador do Ministério Público Federal Paulo Roberto Galvão, afirmou que, ao mesmo tempo em que há a preocupação pelo fato das empresas terem estabelecido a corrupção como modelo de negócios, deve ser dada certa credibilidade.

“A gente estabelece uma série de critérios como compliance, no caso da Odebrecht e Braskem há programa de monitoramento. Além disso, tem que haver credibilidade no fato de que a empresa apresenta provas de crimes, se compromete com o ressarcimento, há incentivo para que empresas não voltem a praticar crimes. Porque se a empresa volta a praticar crimes, o que ela pagou não será devolvido”, disse.

Galvão completou ainda que as empresas podem declarar falência por conta da falta de assinaturas de contratos decorrentes da falta de credibilidade, além do não cumprimento das normas de compliance.

No âmbito econômico, muito se acredita que a Operação Lava Jato pode prejudicar a economia por proibir as empresas envolvidas de fechar contratos. Paulo Roberto Galvão, entretanto, ponderou: “a Lava Jato abre oportunidade para novo ambiente de negócios no País. Empresas e fundos de investimento veem o Brasil investigando e isso gera confiança e atração de investimentos”.

Internamente, as investigações demonstram que o que “sobra” de recursos que antes eram desviados para a corrupção, agora podem ser destinados a setores como saúde, educação, infraestrutura, entre outros.

“Quando a gente assina um acordo de leniência, a empresa ‘muda de lado’. A partir desse momento a gente cria a possibilidade para a empresa voltar aos trabalhos”, garantiu o procurador.

Confira a entrevista completa:

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