Dinheiro utilizado para conter alta do dólar equivale a valor anual de 3,5 Bolsas Família
Brasil perde quase R$ 90 bilhões com intervenções para conter a elevação do dólar em 2015. No ano passado, houve a maior perda anual com essas operações da série histórica, que começa, para anos fechados, em 2003. Até então, o maior prejuízo, em todo um ano, havia sido registrado em 2014 com R$ 17,3 bilhões.
Falando a Denise Campos de Toledo, o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, aponta que a política desastrosa resultou no prejuízo: “Perdemos muito dinheiro. Vale lembrar que o Bolsa Família custa R$ 25 bilhões por ano, então estamos falando de 3,5 Bolsas Família, aproximadamente, que serviram para as empresas que tiveram privilegio de comprar dólares mais baratos do Banco Central”.
Para este ano, a previsão é que a moeda americana suba ainda mais frente ao cenário interno de crise e aos fatores externos. Para o analista de investimentos, Sidnei Nehme, a alta dos juros nos Estados Unidos e a desaceleração da China podem influenciar o fluxo cambial: “A China desvalorizou o Yuan e naturalmente ela vai se potencializar como exportadora e vai encarecer o produto importado. Então tem algumas coisas em andamento que não permitem que a gente tenha uma visão tão otimista assim”.
De forma geral, o Banco Central registra lucro com os contratos quando o dólar cai e perde quando a cotação da moeda norte-americana sobe. Em todo ano passado, a moeda norte-americana subiu 48,49% sobre o real, no que foi o maior avanço anual em 13 anos.
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