Documentos em posse de ex-contadora de Youssef seriam “seguro contra Lula e PT”

  • Por Jovem Pan
  • 01/04/2016 10h36
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Wilson Dias/Agência Brasil - 13.08.14 Meire Poza

No dia em que a Polícia Federal deflagrou a 27ª fase da Operação Lava Jato (“Carbono 14”), a Jovem Pan entrevistou a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza. Foi ela quem revelou às investigações dois contratos de pagamentos que teriam como destino Ronan Maria Pinto, dono do “Diário do Grande ABC” e de empresas de transporte, preso temporariamente nesta sexta (1º).

“Era o contrato que provava o pagamento de uma chantagem que estaria sendo feita com o Lula e mais algumas pessoas do partido, para que uma pessoa se calasse, seria esse Ronan, sobre a morte do prefeito Celso Daniel”, disse.

Meire diz ter recebido os documentos em um envelope de Enivaldo Quadrado, sócio do escritório de Youssef. “(Enivaldo) disse que era o seguro dele contra o Lula, contra o PT”, afirma Poza. “Na ocasião ele passava por sérias dificuldades financeiras”, conta.

Meire só teria aberto o envelope após busca e apreensão da Polícia Federal em 1º de julho de 2014, data da 5ª fase da Lava Jato. Um seria contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre Marcos Valério e uma empresa de Ronan Maria Pinto.

Multa do mensalão

A contadora diz também que o sócio de Youssef, Enivaldo, “tinha sucessivas reuniões com Breno Altman”, diretor do site “Opera Mundi”, que também é alvo de condução coercitiva nesta sexta (1º).

“Ele (Enivaldo) me dizia que o Breno Altman era o intermediário do (ex-ministro) José Dirceu”, diz a ex-contadora do escritório. “José Dirceu se dispôs a pagar as multas, toda a parte financeira do mensalão do Enivaldo”, afirma. “Quem operacionalizava isso era o Breno Altman”.

A própria Meire Poza diz ter ido retirar “cerca de R$ 5 mil” em três oportunidades em Assis, interior de São paulo, onde ficava Altman. Os pagamentos teriam começado em abril de 2014, logo depois de decretada a multa judicial a Enivaldo Quadrado no caso do mensalão.

Incêndio

Nesta quinta (31), o escritório de contabilidade de Poza foi atingido por um incêndio. Ela teme que “pode ter sido algum tipo de retaliação”.

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