Greve geral obriga pais a procurarem alternativas para filhos sem escola
Pais de escolas particulares se articulam para enfrentar a greve geral, marcada para sexta-feira (28). Na Escola Viva, que fica na zona sul de SP, um grupo que se organizou via WhatsApp se prepara para oferecer ajuda à direção.
Alguns pais, como o empresário Pedro Chiamulera, apertaram a agenda para passar a tarde do dia 28 na instituição cuidando dos colegas de classe das filhas.
Ele não é a favor da greve, mas acha fundamental aproveitar a oportunidade para ampliar a formação crítica dos alunos, deixando de lado a polarização de discursos: “neste momento de greve, a gente está indo lá para conversar, abrir o diálogo. Dar esse entendimento para os nossos filhos”.
O diretor, Francisco Ferreira, há 14 anos à frente da instituição, admitiu que lidar com a paralisação é algo novo para a rede privada: “lidar com a situação também exige de a gente tomar decisões em função disso. Não é algo que faça parte de experiência acumulada”.
Dezenas de instituições particulares de São Paulo cancelaram as aulas na sexta-feira. O que gera um efeito cascata porque muitos pais não têm onde deixar os filhos para tentar chegar ao trabalho. Já que trem, ônibus e metrô também prometem parar.
Segundo a diretora do Sindicato dos Professores da capital, esse ciclo é um dos motivos da grande adesão. Maria Sofia Aragão calcula que 70% da categoria vai parar na sexta. Junta-se, ainda a bandeira das reformas: “Já nos chegaram informações que algumas escolas começaram a fazer banco de dados para pensar em uma terceirização docente”.
Em 1989 ocorreu a maior greve geral já realizada no Brasil. Nesta sexta, agências bancárias e Correios também vão aderir às manifestações, além de outras categorias ligadas a transportes e educação.
Mas se depender do prefeito João Doria, os servidores municipais vão trabalhar. Na sua página no Facebook, o tucano garantiu transporte de carro e de graça para quem furar a greve.
O vale-carona é fruto de um acordo com o Uber e a 99. As duas empresas vão fazer uma doação à Prefeitura.
Por outro lado, passageiros de avião podem ter problemas. Os aeroviários e os aeronautas dos principais aeroportos brasileiros prometem paralisar suas atividades na sexta.
O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos teria pedido ajuda ao MTST para fechar os dois principais aeroportos do País, Guarulhos e Congonhas.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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