Há “falha grave” ao se comunicar reforma da Previdência à sociedade, diz relator
Na semana em que o relatório da reforma da Previdência será votado na comissão especial na Câmara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), que é o relator do texto, assumiu que há uma “falha grave” na comunicação do Governo.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o relator afirmou que “o grande problema da reforma [da Previdência] hoje não é o texto, mas a falta de conhecimento”, que leva a conclusões precipitadas sobre os direitos dos trabalhadores e sobre os termos em discussão.
“Eu tenho certeza que, ao longo do nosso debate no plenário da Câmara, junto com a imprensa, teremos a capacidade de difundir essas questões com clareza”, disse.
Arthur Maia estará em São Paulo para tratar da reforma previdenciária e ressaltou que “o problema da comunicação é muito grave”. Ele garantiu que a reforma só terá um novo “rosto” a partir de quinta-feira, após finalizada a votação e eventual aprovação de seu relatório.
“Hoje o que ainda vale é o que o Governo mandou, que foi uma proposta muito dura e é a que está lá ainda. Na quinta, aprovado o [meu] texto, teremos um novo rosto, e é esse que terá de ser massificado, explicado. Neste novo rosto não existe privilégio para ninguém, essa é uma reforma que traz justiça”.
A votação do texto de Arthur Maia está marcada para ocorrer na comissão nesta quarta-feira (03), mas pode se estender até quinta (03), por conta de apreciação de destaques. “Está marcada para amanhã, mas, naturalmente, em uma votação complexa você tem uma série de destaques. Aprovado o texto que apresento, temos número para isso, os partidos têm direito a destacar partes. Cada destaque é votado individualmente, e isso pode atrasar, o final pode ser na quinta”, explicou.
Arthur Maia ainda se defendeu das últimas mudanças no texto proposto pelo Governo e reiterou que falta conhecimento sobre o que há em seu relatório. Ele fez questão de deixar claro que servidores estaduais, municipais e regionais, bem como políticos, estão englobados na reforma da Previdência de forma igualitária. “Em relação aos políticos eles estão submetidos exatamente às mesmas regras”, disse.
Maia declarou, no entanto, que há diferenciações dentro de cada setor por conta da transição. Mas repetiu: “qual o tipo de benesse que se dá ao político? Nenhuma”.
Confira a entrevista completa:
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