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Após anúncio de Dallagnol, Lira sinaliza retomada da PEC que altera Conselho do Ministério Público

PR - DINHEIRO/PETROBRAS - POLÍTICA - O procurador da República, Deltan Dallagnol durante a cerimônia de devolução de recursos para a Petrobras, recuperados por meio de acordos de colaboração e leniência celebrados no âmbito da operação Lava Jato, na sede do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, em Curitiba, nesta quinta-feira (07). A Petrobras informa ao mercado que recebeu a devolução de cerca de R$ 654 milhões. Com essa devolução, o total de recursos transferidos para a Petrobras desde o início da Operação atinge o montante de R$ 1,476 bilhão. 07/12/2017 - Foto:

O ingresso provável de Deltan Dallagnol para a política pode fazer com que a PEC que altera a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e aumenta a influência do Congresso sobre o órgão volte à pauta. Em tom de ironia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou que o tema deve retornar após o anúncio do ex-chefe da Lava Jato. “Não sei, ela não terminou o jogo ainda, mas hoje ela teve um jogador importante que entrou no jogo. Declarando que é candidato, pode ser que reacenda o debate”, comentou Lira. A derrota na primeira votação não diminuiu o ímpeto de parte do Congresso pela aprovação da PEC. Lira e líderes irão se reunir na próxima semana para definir nova tramitação. A expectativa é de que o texto original seja colocado em pauta, apesar da dúvida do Ministério Público.

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Para a procuradora da República Thaméa Danelon, as diversas denúncias ao próprio conselho da categoria desmotivaram Dallagnol. “As dez medidas não foram aprovadas, agora a lei de improbidade administrativa foi desfigurada, foi enfraquecida. Então fica muito difícil exercer esse nosso trabalho de combater a corrupção com mecanismos fracos. Ele recebeu, não só ele, como eu e como outros colegas, muitas denúncias no Conselho Nacional do Ministério Público e isso atrapalha o nosso trabalho”, opinou Danelon.

O anúncio de Deltan gerou repercussão nos mundos político e jurídico. Fernando Haddad, ex-presidenciável pelo PT, ironizou, e disse que a Lava Jato, afinal, era um partido político. Guilherme Boulos (Psol), que também disputou a presidência em 2018, afirmou que as idas de Moro e Dallagnol para a política mostram que a Lava Jato tinha objetivos políticos. O deputado Felipe Barros (PSL) disse que o que restava de credibilidade da força-tarefa foi para o ralo.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha

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