Assustados com violência, motoristas de aplicativos vão se reunir na Alesp

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2019 07h11 - Atualizado em 20/09/2019 11h35
Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo Mão segura celular com o logotipo do aplicativo uber na tela Quem costuma usar transporte por aplicativo, alguma vez na vida já ouviu um motorista contando um relato de assalto durante uma corrida

Na próxima semana, integrantes da Associação de Motoristas de Aplicativos participarão de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo para discutir a segurança da categoria. Os últimos assassinatos de motoristas de aplicativo levantaram o debate já que, em menos de uma semana, a Grande São Paulo registrou pelo menos três mortes de motoristas durante o trabalho.

No último caso, Elvis Souza Leite foi enforcado com o cinto de segurança do carro em Itaquaquecetuba. Outros dois assassinatos ocorreram no domingo (15): um na capital e outro em Diadema, no ABC.

Nos três casos, as vítimas foram mortas durante tentativas de assalto. Ele conta que há três semanas quase foi assaltado. “Fui chegando próximo de onde teria uma passageira me esperando e uns quatro moleques correram na direção do meu carro. Nem pensei duas vezes, tava com a marcha engatada e dei pinote.”

Maurício usa um aplicativo que alerta sobre áreas perigosas. Além disso, ele adotou outras medidas para tentar se proteger contra a violência, como analisar a forma de pagamento da corrida e relacionar com o destino do possível passageiro.

Quem costuma usar transporte por aplicativo, alguma vez na vida já ouviu um motorista contando um relato de assalto durante uma corrida. E segundo a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo, a sensação de insegurança no trabalho vem crescendo.

O vice-presidente da entidade afirma que um estudo feito em parceria com a Secretaria de Segurança Pública aponta que a cada duas horas um motorista de aplicativo é assaltado no estado.

Marlon Luz pede às autoridades uma atenção maior para a categoria e sugere algumas soluções que poderiam ser adotadas imediatamente. “As duas medidas mais rápidas e eficientes seriam feitas pelas autoridades, especificamente. Uma delas seria o Governo retirar a obrigatoriedade do adesivo no espelho do carro e, por parte das empresas, realizar um cadastro mais apurado dos passageiros.

Para a categoria, o adesivo no painel do carro, chama muito a atenção e os motoristas viram alvos de criminosos.

O coronel reformado e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva, afirma que apesar da vulnerabilidade dos motoristas de aplicativo, ainda não há motivo para o pânico.

O especialista afirma que medidas como reforçar a segurança nas áreas mais perigosas para os motoristas e uma resposta rápida e eficiente da Polícia para os casos de assassinato podem ajudar a diminuir os crimes.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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