Baixa adesão de crianças à vacina contra a gripe preocupa médicos

Rovena Rosa/Agência Brasil A campanha vai até 1º de junho, sexta-feira da semana que vem, para os grupos prioritários

Faltando pouco mais de uma semana para o fim da campanha de vacinação contra a gripe, 48% do público-alvo ainda não foi imunizado.

A adesão é ainda mais baixa entre as crianças de seis meses a cinco anos, o grupo de maior risco: pouco menos de 35% delas receberam a medicação.

As doses estão sendo oferecidas na rede pública desde o dia 23 de abril para os grupos considerados prioritários. Além das crianças, têm direito à vacina os idosos, professores, mulheres que tiveram filho há até 45 dias, profissionais da saúde e do sistema carcerário.

A campanha vai até 1º de junho, sexta-feira da semana que vem, e a expectativa é que 54,4 milhões de pessoas sejam imunizadas.

Em entrevista a Vitor Brown, o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas, reforça que a gripe pode ter consequências graves:

“Especialmente algumas populações, como em idosos, portadores de doenças crônicas, mas principalmente crianças entre seis meses e cinco anos têm a chance de desenvolver formas muito graves (da gripe), algumas delas até fatais”, destacou Gorinchteyn.

O infectologista reitera que, apesar dos boatos, a vacina não provoca gripe.

A consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Nancy Bellei, reforça que a proteção é fundamental para as crianças:

“As crianças podem desenvolver pneumonia secundária e gripe. Nos EUA, na última temporada de gripe, as crianças menores de 5 anos e os idosos foram os mais afetados em hospitalização e óbito, principalmente aquelas menores de dois anos”, lembrou Bellei.

A infectologista Nancy Bellei diz que a vacina é eficaz e protege contra três tipos do vírus da gripe.

Ela leva de duas a quatro semanas para fazer efeito e vale por um ano, porque as cepas do vírus da gripe em circulação mudam a cada temporada.