Boulos: ajuste fiscal iniciado por Dilma e aprofundado por Temer é “insano”

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2018 11h31 - Atualizado em 23/05/2018 11h43
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João Henrique Moreira/Jovem Pan Além do PCB, a chapa liderada por Guilherme Boulos tem recebido apoio de artista e intelectuais historicamente ligados ao PT

O pré-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) descartou adotar uma política fiscal austera de cortes nos gastos públicos caso assuma o Planalto.

Questionado sobre a necessidade de sanear as contas públicas do governo federal, Boulos poupou a política econômica do governo Dilma Rousseff até 2014 e criticou a adoção, em 2015, após a reeleição da ex-presidente, da política de ajuste fiscal. “O ajuste fiscal é insano porque gera novos desajustes”, disse.

“Essa política, que começou no governo da Dilma em 2015 e foi lamentavelmente aprofundada após a usurpação do poder pelo Temer, é insana. Nenhum país do mundo saiu da crise sem investimento público. O corte em investimento gera menos empregos, porque o Estado passa a investir menos em obras e contratações; mais desemprego gera menos renda e, por sua vez, menos arrecadação no ano seguinte”, argumentou Boulos em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan nesta quarta-feira (23).

Boulos foi indagado se a política de estímulos e manutenção artificial do superávit no primeiro mandato de Dilma não desestruturou as contas País. O pré-candidato rebateu: “até 2014 a gente não tinha déficit público”.

Ele avalia que o desequilíbrio fiscal foi motivado pelas desonerações para grandes empresas. Para Boulos, o rombo nas contas foi provocado pelo que chama de “bolsa-empresário”, com a “desoneração de mais de R$ 200 bilhões a grandes empresários”.

Tributos

Para permitir os investimentos nos programas sociais que defende, Boulos sugeriu uma reforma tributária que taxe os mais ricos.

“Temos que recuperar o investimento público. Uma forma de se fazer isso é uma reforma tributária progressiva que dê condições para o Estado investir em saúde, educação, moradia (…) O sistema tributário brasileiro é profundamente regressivo. Quem tem menos paga mais e quem tem mais paga menos”, destacou.

Ainda na seara econômica, Boulos defendeu “dois projetos”: “um projeto para fazer o Brasil crescer e um projeto para distribuir renda”.

Para o crescimento do PIB, o pré-candidato espera valorizar pequenas e médias empresas e os pequenos produtores rurais, a agricultura familiar, responsável por “70% de toda comida que chega em nossa mesa”.

O psolista defendeu também a tributação de lucros e dividendos de grandes empresários, dizendo que “o Brasil é um dos poucos que não fazem no mundo”.

Assista à entrevista completa de Guilherme Boulos ao Jornal da Manhã da Jovem Pan:

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