Cadastro positivo quer tornar acesso ao crédito mais fácil e justo, diz secretário do SPC

A lei fará a adesão automática de pessoas físicas e jurídicas no banco de dados a partir de 9 de julho, quando entra em vigor

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2019 10h17 - Atualizado em 08/06/2019 11h23
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Divulgação/ USP Imagens A parcela de famílias endividadas, no Brasil, aumentou durante a pandemia do coronavírus A lei do cadastro positivo foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 8 de abril

A partir de segunda-feira (10) começa a campanha nacional para divulgação do cadastro positivo. A lei, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 8 de abril, fará a adesão de pelo menos 150 milhões de pessoas físicas e jurídicas de forma automática no banco de dados a partir de 9 de julho, quando entra em vigor.

Esse banco conterá informações que vão definir se o consumidor é ou não um bom pagador. O sistema será operado pela CNDL e pelo SPC Brasil. Para Vilásio Pereira, gerente de Cadastro Positivo do SPC Brasil, o principal objetivo das novas regras é tornar o acesso ao crédito mais fácil e mais junto para consumidores e empresas que honram seus compromissos financeiros.

“Atualmente, o mercado atua muito com o cadastro negativo, isto é, não enxerga os compromissos financeiros que foram pagos em dia. Com o cadastro positivo, a gente vai avaliar esse consumidor levando em consideração todo o histórico de pagamento dele”, disse Pereira em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado (8).

“É uma oportunidade para pessoas cuja negativação é por questão de esquecimento, valor baixo, enquanto todo o histórico de crédito, na verdade, fala a favor dela. Essas pessoas, poderão passar a ter de volta acesso a crédito”, afirmou ele.

Pereira explicou que, com o cadastro positivo, serão concedidas melhores condições de pagamentos e juros aos consumidores que pedirem por crédito. “Essas informações estarão disponíveis para o mercado como um todo. Com isso, a gente entende que vai haver um acesso a crédito maior e com melhores condições.”

Outro motivo, de acordo com Vilásio Pereira, é que o cadastro positivo levará à diminuição da inadimplência em cerca de 45% dos atuais 63 milhões de brasileiros que estão negativados. Consequentemente, isso fará com os que os juros caiam e as condições de limites e prazos sejam melhores também.

Mas ele alerta: “Pessoas má pagadores por conta própria vão continuar tendo acesso ao crédito negado. O cadastro positivo é uma questão de justiça”, disse.

Notas para consumidores e empresas

O cadastro positivo levará também à criação de um score, ou seja, de uma pontuação de consumidores e empresas com base nos seus históricos de pagamento. De acordo com Vilásio Pereira, isso levará a uma educação financeira.

“Nos Estados Unidos, por exemplo, quando o consumidor sabe que vai precisar de financiamento, ele se policia mais com seus pagamentos”, explicou Pereira. “Ele sabe que isso vai fazer com que nota de score aumente”, continuou. O score também permite ao consumidor e à empresa ter um poder de barganha.

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