Covas demite equipe que reprovou contas do Theatro Municipal

  • Por Jovem Pan
  • 28/08/2019 06h32 - Atualizado em 28/08/2019 10h59
Reprodução/SPTURIS reprodução/SPTURIS O relatório final indicou gastos superestimados em relação à prática de mercado e inconsistências nos dados de bilheteria e despesas inadequadas

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), demitiu integrantes de um grupo de trabalho que investigou e reprovou as contas do Instituto Odeon, responsável pela administração do Theatro Municipal. O grupo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, apontou inconsistências na prestação de contas da Organização Social.

O relatório final indicou, por exemplo, gastos superestimados em relação à prática de mercado e inconsistências graves nos dados de bilheteria e despesas inadequadas com viagens e hospedagens. O documentou indicou ainda falta de qualificação técnica de alguns dos profissionais em cargos de comando e a utilização indevida de cartões corporativos.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, um funcionário do grupo de trabalho, que foi demitido, afirmou que as exonerações teriam ocorrido em retaliação à reprovação das contas. Segundo esse funcionário, a medida também seria uma estratégia para tentar reverter a decisão.

Ele chegou a gravar uma conversa do grupo com a secretária-adjunta da Pasta, Regina Silvia Pacheco, na qual a situação do teatro foi discutida. Na reunião, ela teria perguntado ao grupo se haveria “alguma chance” do Odeon comprovar “alguma coisa que mude” o parecer.

De acordo com o jornal, a secretária-adjunta teria afirmado que a preocupação maior dela era evitar o fechamento do Municipal.

Nesta terça-feira (27), Regina Silvia Pacheco, que está há pouco mais de um mês no cargo, negou qualquer tipo de retaliação e disse que as demissões não têm relação com a reprovação das contas do Instituto Odeon. Em relação às atividades do Municipal, a secretária-adjunta da Cultura disse que a programação não vai ser afetada.

Agora, um novo grupo vai analisar as justificativas do Instituto Odeon para as supostas irregularidades. Em razão da investigação, as contas de 2018 foram reprovadas e só parte das de 2017 foram aprovadas pela Fundação Theatro Municipal. A prefeitura chegou a repassar R$ 3 milhões a menos para o Instituto por conta das suspeitas.

O contrato assinado com o Odeon em setembro de 2017 tem término previsto para 2021 e é de mais de meio bilhão de reais.

A OS tem até o final de setembro para justificar os valores e sanar os problemas.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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