Covas sanciona Política Municipal de Álcool e Outras Drogas
O prefeito prometeu investir R$ 276 milhões na área
Dois anos depois da operação na Cracolândia, a cidade de São Paulo lança a segunda fase do Programa Redenção apostando em descentralização e metas ousadas.
O prefeito Bruno Covas sancionou nesta segunda-feira (20) a Política Municipal de Álcool e Outras Drogas e prometeu investir R$ 276 milhões na área.
Todo esse investimento vem acompanhado de uma meta ousada: reduzir em 80% o número de frequentadores da Cracolândia até o fim do ano que vem. Para chegar nisso, o coordenador do Programa Redenção, Arthur Guerra, disse que vai aumentar o número de profissionais nas ruas e sistematizar a avaliação dos casos.
Uma aposta da Prefeitura para promover um melhor atendimento é ter hotéis sociais distantes do Centro para receber dependentes. De acordo com o município, a Cracolândia atualmente tem a presença de um público que vai de 400 pessoas, durante a semana, até 1,5 mil aos fins de semana.
O coordenador do Programa Redenção disse que as duas hospedarias que existem nas proximidades da praça Júlio Prestes serão desativadas. Ao mesmo tempo, Arthur Guerra afirmou que os dois hotéis que já existem bairros periféricos funcionam e pretende criar mais quatro estabelecimentos longe da Cracolândia.
O Redenção vai contar também com um programa de trabalho que oferecerá 300 vagas com capacitação e bolsas mensais de quase R$ 700.
O prefeito Bruno Covas disse que a iniciativa é diferente de outras já tentadas porque os postos serão oferecidos apenas a quem já está terminando a recuperação.
As abordagens iniciais em alguns casos são realizadas por ex-dependentes químicos.
O assistente social Marivaldo da Silva Santos, de 45 anos, sabe o que significa o cenário da droga e da situação de rua. Ele conseguiu dar a volta por cima e hoje tem formação universitária e integra as equipes da Prefeitura do Consultório na Rua. Marivaldo cita uma música de Caetano Veloso para ressaltar a importância de atender conhecendo a história de cada pessoa.
O assistente social sabe que a história dele é um exemplo. Mesmo assim, Marivaldo da Silva Santos reconhece que a luta é diária; ele também busca a própria redenção.
De maio de 2017 até agora, o Redenção realizou mais de 15,8 mil atendimentos na unidade de saúde da praça Princesa Isabel. Desse total, a Prefeitura realizou quase dez mil internações voluntárias em leitos de desintoxicação.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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