CPMI do 8 de Janeiro aciona Justiça contra Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ficou em silêncio durante depoimento ao colegiado

  • Por Jovem Pan
  • 13/07/2023 09h57 - Atualizado em 13/07/2023 11h24
Edilson Rodrigues/Agência Senado Mauro Cid e Arthur Maia CPMI do 8 de Janeiro ouviu na terça-feira, 11, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro acionou a Justiça Federal do Distrito Federal, nesta quinta-feira, 13, contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, por “abuso do direito ao silêncio” durante o depoimento ao colegiado na terça-feira, 11. O militar ficou em silêncio ao comparecer para depoimento na comissão. “Reitero as manifestações iniciais entendendo que, em razão do escopo do que estou sendo investigado e baseado em habeas corpus, vou permanecer em silêncio”, afirmou Cid repetidas vezes, a cada nova pergunta. Na condição de convocado, o militar estava obrigado a comparecer à oitiva. No entanto, ele poderia ficar em silêncio em questionamentos que poderiam incriminá-lo, medida que lhe foi garantida em decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os senadores argumentaram que Cid não respondeu nem a perguntas que não tinham relação com outras investigações.

Em sua exposição inicial, Mauro Cid citou sua trajetória e carreira, citando período que foi observador militar, e afirmou que sua designação para ajudante de ordens não partiu do então presidente Jair Bolsonaro, mas de um encaminhamento do Exército. Segundo ele, na prática, sua função administrativa consistia em “serviço de secretariado executivo, atendimento de ligações” e auxílio ao chefe do Executivo, e afirmou que não participava de reuniões ou analisava propostas. “Não questionávamos o que era tratado. Recebíamos ligações de ministros de Estado, pedidos de participação em live, transmissão de recados e até possibilidade de tirar uma foto. Não estava nas minhas atribuições analisar propostas”, disse Cid. O tenente-coronel também lembrou que é investigado no Poder Judiciário em pelo menos oito inquéritos. “Por todo exposto e sem qualquer intenção de desrespeitar, considerando a minha condição de investigado, por orientação da minha defesa, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio”, finalizou. O foco da CPMI são as mensagens trocadas pelo tenente-coronel e Lawand Júnior sobre um possível golpe de Estado.

*Com informações do repórter Bruno Pinheiro.

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