Deputados: suspeitas sobre delação de Joesley não invalidam provas apresentadas

A Câmara repercutiu de forma ampla o pronunciamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre irregularidades na delação de Joesley Batista. Janot vai investigar possíveis omissões de informações por parte do dono da JBS, o que pode até desfazer os benefícios dados ao empresário.

Muitos dos nomes fortes da base aliada estão viajando na China, com o presidente Michel Temer. Com isso, o principal defensor do Governo foi o deputado Arthur Maia (PPS). Para ele, as declarações do Procurador mostram que Temer sofreu uma grande armação: “neste momento, fica claro que, de fato, constituiu-se uma grande armação de criminosos contumazes contra o Governo, contra a economia e que o procurador não poderia agir, de maneira nenhuma, da maneira açodada que agiu”.

A maioria dos parlamentares que se manifestou seguiu outra linha, mesmo alguns da base. O deputado Marcos Rogério (DEM), acredita que os novos fatos não invalidam as provas apresentadas por Joesley Batista: “o acordo foi feito e homologado. O que me parece é que está sendo avaliado é se houve omissão e se ela é capaz de comprometer a extensão dos benefícios. Não vejo qualquer ameaça às denúncias que foram feitas com base nestas delações”.

A oposição seguiu o mesmo raciocínio. Na visão do deputado Alessandro Molon (Rede), as suspeitas não enfraquecem a segunda denúncia que está para chegar contra o presidente Temer: “as provas que vão subsidiá-las permanecem íntegras”.

A Câmara vive a expectativa para essa nova denúncia. Quem também comentou sobre a situação foi o presidente em exercício da Casa, deputado André Fufuca (PP): “só poderia afirmar se irá enfraquecer ou não em relação à denúncia quando tivermos conhecimento do que haverá de vir nela”.

A tendência é que a segunda denúncia contra Temer seja enviada até a semana que vem.

*Informações do repórter Levy Guimarães