Em cerimônia do centenário do fim da I Guerra Mundial, Macron critica discurso nacionalista de Trump

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 12/11/2018 08h51 - Atualizado em 12/11/2018 10h08
EFE O presidente francês Emmanuel Macron fez críticas diretas ao discurso nacionalista de Donald Trump, que estava presente na cerimônia

O destaque dos jornais na Europa são as comemorações ao redor do continente para marcar o centenário do Armistício da Primeira Guerra Mundial.

Mais de 10 mil pessoas estiveram no centro de Londres neste domingo (11) para o desfile em homenagem aos mortos do país. A rainha Elizabeth II participou dos atos transmitidos ao vivo pela TV.

A grande celebração, no entanto, ocorreu do outro lado do Canal da Mancha, onde mais de 70 chefes de estado se reuniram em Paris. Falando no Monumento ao Soldado Desconhecido, no Arco do Triunfo, o presidente francês Emmanuel Macron fez críticas diretas ao discurso nacionalista de Donald Trump, que estava presente na cerimônia.

Macron declarou que não se pode confundir nacionalismo com patriotismo e destacou: “ao dizer ‘nossos interesses primeiro, os outros pouco importam’, apaga-se aquilo que uma nação tem de mais precioso, aquilo que a leva a ser grande: seus valores morais”.

Embora tenham ensaiado uma aproximação logo no início de mandato, Macron e Trump se afastaram nos últimos meses e esta viagem do americano deixou isso claro.

O chefe da Casa Branca não compareceu a diversos eventos da agenda oficial e ainda usou o Twitter para criticar Macron logo após o seu desembarque em Paris.

O presidente francês havia sugerido horas antes que a Europa precisaria criar um exército continental para se defender das ameaças vindas da Rússia, China e dos Estados Unidos.

Vladimir Putin, que também participou das celebrações, considerou a ideia como natural e parte do que ele chama de mundo multipolar, onde os americanos já não exercem mais uma hegemonia esmagadora.

Angela Merkel, da Alemanha, seguiu linha parecida com a de Macron e alertou que a paz mundial não está garantida. A chanceler declarou ver com preocupação que um nacionalismo cego possa se consolidar novamente.

“O isolamento não foi a resposta certa há 100 anos. Como seria sensato nos isolarmos hoje, com um mundo amplamente interconectado? ”, disse Merkel também em Paris.

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