Em países em desenvolvimento, pacientes tendem a descobrir câncer de mama muito tarde

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2017 07h14 - Atualizado em 26/09/2017 11h03
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O governador Geraldo Alckmin durante anúncio de Programa de Rastreamento de Câncer de Mama - "Programa Mulheres de Peito". Data: 05/02/2014. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA Edson Lopes Jr./ GESP De acordo com o relatório, até 70% dos pacientes já são diagnosticados em estágios avançados da doença

Cerca de 14 mil mulheres morrem todo ano vítimas do câncer de mama no Brasil. E a desinformação sobre o tipo de tumor que corresponde a quase um quarto dos novos casos diagnosticados no país está ligada ao contexto social.

“Eu não sabia nada e me senti muito mal por não saber. Na periferia o que mais eu ouço é ‘não quero fazer mamografia para não saber’”, contou a velejadora Elfriede Galera, que tem câncer de mama metastático, e conviverá com a oscilação da doença até fim e está longe de representar um caso isolado.

Um relatório da revista The Economist apontou que as mortes por câncer, segunda doença que mais mata na América Latina, vão aumentar 106% até 2030 se a política sanitária não mudar.

De acordo com o relatório, até 70% dos pacientes já são diagnosticados em estágios avançados da doença. A maioria das mortes ocorre nas classes mais pobres, o que reflete as desigualdades da região.

No Brasil, a iniciativa Outubro Rosa chama atenção para o câncer de mama desde a década de 90. Mas ainda não foi suficiente para Renata Lujan.

A professora recebeu o diagnóstico com 33 anos poucos dias antes de casar. E nunca tinha ouvido falar em casos precoces do tumor: “casei entre uma quimioterapia e outra, não tive lua de mel e seu tempo passa a ter muito valor”.

A presidente do instituto OncoGuia, Luciana Holtz, ratifica os dados da publicação britânica e classifica as políticas públicas nacionais de prevenção e tratamento como insuficientes: “não é um médico que está pensando em câncer, que prioriza pedir uma mamografia. É olhar as políticas públicas de câncer e priorizar”.

Na outra ponta estão os avanços da ciência. Uma nova droga contra o câncer de mama promete aumentar o tempo em que pacientes vivem sem o agravamento da doença.

A líder da área médica da Pfizer, Vivian Blunk, prevê que o recurso esteja no mercado em 2018: “a gente está terminando o processo de obtenção do registro regulatório, e depois tem a fase de precificação. A gente acredita que até março o medicamento esteja comercialmente disponível”.

Entre as ações do calendário Outubro Rosa, uma mobilização da Pfizer e Oncoguia em estações de metrô, terminais de trens e táxis se propõe a esclarecer mitos que cercam o câncer de mama em cinco capitais, incluindo SP e Rio de Janeiro.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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