Em visita a posto de gasolina, Bolsonaro e ministros sinalizam com nova redução dos combustíveis

Segundo Adolfo Sachsida, chefe da pasta de Minas e Energia, a queda no valor total deverá ser na casa de R$ 0,30

  • Por Jovem Pan
  • 23/07/2022 08h42
  • BlueSky
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 06/07/2022 Bolsonaro sorri em evento no Planalto Jair Bolsonaro, presidente da República

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, visitaram um posto de gasolina na última sexta-feira, 22, para vistoriar o cumprimento do decreto que obriga os postos a fazerem a fixação do preço que era praticado na venda dos combustíveis um dia antes da criação da lei que fixou o teto na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O decreto impõe uma espécie de comparativo do preço para o consumidor de antes e depois da redução tributária. O posto escolhido foi aquele que deu início à Operação Lava Jato.

Ao chegar ao local, Sachsida adiantou que o governo espera uma nova queda no preço dos combustíveis. Isso porque um outro decreto foi lançado para que as empresas que trabalham com combustíveis fósseis possam fazer a comprovação de aquisição de crédito de descarbonização somente em 2023, reduzindo os custos delas neste momento. “Essa medida tem um potencial de reduzir até mais de R$ 0,10 na gasolina e no diesel. A Petrobras já anunciou menos R$ 0,20 da gasolina, com mais R$ 0,10 da nossa medida, então haverá redução de até quase R$ 0,30”, afirmou o ministro.

O presidente fez uma recomendação a população, pedindo que a população guarde as notas fiscais dos combustíveis, já que o governo estuda mover uma representação contra postos de combustíveis que não estão reduzindo o preços das mercadorias apesar da redução tributária. “O Nordeste tem os Estados que mais demoraram para cumprir a legislação. É onde estão os combustíveis mais caros do Brasil. Então essa pressão nossa, gostaria de contar com os órgãos de defesa do consumidor dos Estados, mas quando o Estado não quer baixar, fica mais difícil contar. Mas vamos fazer a nossa parte, estamos divulgando, fazendo pressão, de modo que o que está sendo deixado de arrecadar de imposto estadual e federal não fique com distribuidoras ou alguns postos de gasolina. Essa diferença tem que ficar com o consumidor”, disse Bolsonaro.

O presidente também informou que o Brasil está em contato com diversos países, e não só a Rússia, que vendem diesel para verificar a possibilidade de importação. Ele ainda comentou a conversa que teve com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta semana. Bolsonaro disse que ouviu o desabafo de Zelensky, mas que não vai mover qualquer tipo de sanção contra a Rússia, mantendo a neutralidade do país diante do conflito no Leste Europeu. “Eu conversei, no passado, com o chanceler da Turquia. Já tive outra conversa com o presidente Putin, há mais ou menos uns 20 dias. A gente não deixa de estar inteirado do que está acontecendo. Você agora tem que se colocar no lugar do Zelensky e no lugar do Putin para ver qual é a melhor saída para este conflito. Se eu pudesse resolver, já teria resolvido”, comentou.

Bolsonaro ainda aproveitou a ocasião para dar mais detalhes sobre a visita que recebeu do irmão de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT assassinado no Paraná por um apoiador do bolsonarismo. Ele disse que o irmão de Marcelo ligou para a esposa dele, que é pastora evangélica, e que, juntos, fizeram uma oração. Bolsonaro também disse que conversou a esposa do policial militar Bruno Costa, que foi assassinado no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, nesta semana, em retaliação de bandidos a uma operação policial na comunidade. Ao ser questionado sobre telefonemas para outros familiares de vítimas dessa operação, que já são 19 no total, Bolsonaro disse que não poderia fazer ligações as famílias de todas as pessoas que morrem no país.

*Com informações da repórter Paola Cuenca

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.