FHC vê “esperteza” de Lula antes da prisão e ameniza investigação sobre Alckmin
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi esperto ao fazer um discurso político antes de ir preso.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o tucano destacou que o petista “jogou para a plateia”.
“O que ele fez foi uma esperteza. ‘Olha aqui, faça o que quiserem comigo, eu sou uma ideia’. Qual é a ideia? Não deixou claro”, disse FHC, em referência ao discurso de Lula em São Bernardo do Campo antes de se entregar à Polícia Federal, no qual disse que não é mais humano, e sim uma “ideia”.
“Agora, se os brasileiros vão acreditar ou não, sei lá o que vai aconter. Depende dos outros. Em política, você pensa que vem o inevitável e o inesperado porque depende muito. Depende quem é o outro, qual é o momento, como você transforma uma afirmação de alguém em outra coisa e vice-versa, mas esse é o jogo do poder, o jogo da política. Não vou criticar alguém que o exerce bem”, disse Fernando Henrique, elogiando seu antecessor no Planalto.
Questionado sobre a investigação de caixa dois contra o colega de partido e pré-candidato Geraldo Alckmin, o ex-presidente amenizou.
“Alckmin é citado num processo de caixa dois como citado, não há nenhuma conexão de causa e efeito. A Justiça não pode julgar citações. Qual é a prova? Então não tem nada. Por que foi para Justiça Eleitoral? Porque é caixa dois. Ele tinha o foro privilegiado e deixou de ter. Se deixou de ter, alguém vai ter que responder. Onde? Na Justiça em que ele é citado”, afirmou FHC.
Em relação a Aécio Neves:
“No caso do Aécio, a citação diz respeito ao que se deu na esfera privada. Não estou defendendo, estou dizendo: ele não deu, ‘dá cá, toma lá'”, disse.
“No caso do Lula é uma outra coisa diferente: é uma acusação que passou pela Justiça, não sou juiz, não li o processo, não vou julgar. Nunca fiz nenhuma afirmação condenando A, B ou C, porque acho que tem que olhar com atenção os autos”, destacou FHC.
Fernando Henrique Cardoso defende a investigação envolvendo o ex-senador Eduardo Azeredo em Minas Gerais.
Pivô do mensalão tucano, ele pode ser preso ainda nesse mês, depois do julgamento dos embargos infringentes no dia 24.
O recurso é o último capaz de alterar a sentença da Nona Câmara Criminal de Belo Horizonte.
Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos e dez meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro por crimes na década de 90.
Por Thiago Uberreich, no Jornal da Manhã
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