Líderes de diversos países condenam ataques na Nova Zelândia e pedem fim de preconceito religioso

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2019 07h37
EFE Representantes de países de maioria muçulmana, como a Turquia, Malásia e o Paquistão, foram os primeiros a se manifestar

Líderes de diferentes países condenaram os ataques a tiros contra duas mesquitas em Christchurch, na ilha sul da Nova Zelândia nesta sexta-feira (15).

Representantes de países de maioria muçulmana, como a Turquia, Malásia e o Paquistão, foram os primeiros a se manifestar.

O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, disse que os ataques são resultados da demonização de muçulmanos e que os culpados não são apenas os atiradores, mas também políticos e a mídia que alimentam a já grande islamofobia e ódio no Ocidente.

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, culpou o aumento desses ataques terroristas gerada após o 11 de setembro e pelo qual 1,3 bilhão de muçulmanos foram culpados.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse em uma publicação no Twitter que o Brasil condena totalmente essa crueldade e o país presta solidariedade aos neozelandeses neste momento difícil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou o massacre, deixou seu apoio e chamou o que aconteceu de “ato sem sentido”. Ele disse que os EUA estão com a Nova Zelândia para o que o país precisar.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar chocado com os ataques. Ele recordou a santidade das mesquitas e de todos os locais de culto.

O papa Francisco declarou estar muito triste pelos atos de violência e expressou sua solidariedade com a comunidade muçulmana do país.

Perfil do atirador

O autor do atentado atende pelo nome de Brenton Tarrant, é australiano e tem 28 anos. Trabalhou como personal trainer e atendia crianças de forma gratuita, segundo pessoas próximas a ele ouvidas pelo site australiano ABC.

Tarrant transmitiu ao vivo, pelo Facebook, o atentado que deixou dezenas de mortos e feridos. O vídeo, que dura 17 minutos, mostra o caminho até a mesquita e os disparos contra os fiéis.

Cerca de uma hora depois da live, a rede social excluiu a conta do terrorista. Tarrant também publicou um manifesto no qual se descreveu como fascista.

No documento de 74 páginas, o autor da chacina desenvolve ideias preconceituosas contra muçulmanos, defende uma identidade branca e oferece informações autobiográficas.

Ele também afirma que seu objetivo era se vingar da escravidão de milhares de europeus tirados de suas terras por escravocratas islâmicos e pelas centenas de milhares de mortes provocadas por invasores contra europeus ao longo da história.

Para isso, sua estratégia era usar a cobertura midiática para propagar as suas ideias.

O primeiro-ministro da Austrália Scott Morrison disse que um terrorista de direita de seu país está sob custódia.

*Informações do repórter Victor Moraes

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.