‘Mercado está em compasso de espera’, afirma ex-secretário da Fazenda de SP sobre anúncio da nova âncora fiscal

Em entrevista à Jovem Pan News, Felipe Salto avaliou que o Governo Federal tem feito sinalizações positivas e acrescentou que a nova regra precisa favorecer o controle dos gastos públicos

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2023 12h27
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Waldemir Barreto/Agência Senado Felipe Salto Felipe Salto é ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo

Em entrevista à Jovem Pan News, o ex-secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, avaliou que o Governo Federal tem feito sinalizações positivas com relação à nova regra fiscal, que deve ser apresentada em abril e vai substituir o teto de gastos: “Em janeiro, houve o anúncio de um pacote importante com medidas pelo lado da receita pública. E a reoneração dos tributos que incidem sobre os combustíveis, particularmente a gasolina, foi também uma medida concreta e já realizada. Acho que a direção é essa. O mercado, no entanto, está em compasso de espera em relação principalmente à regra fiscal, aquilo que se vem chamando de novo arcabouço fiscal, o conjunto de regras que vão balizar o conjunto das contas públicas. Nessa matéria, tanto o ministro Fernando Haddad, quanto seus secretários, têm falado as palavras-chaves, as palavras que de fato vão precisar balizar esse comportamento e esse desenho na hora de negociar com o Congresso um projeto de lei complementar”.

O economista-chefe da Warren Rena ainda acrescentou que a nova regra precisa favorecer o controle dos gastos públicos. A respeito da crise no setor bancário dos Estados Unidos e da Europa, Salto afirmou que não acredita em uma crise global: “As crises bancárias começam pequenas e podem se avolumar em uma trajetória exponencial. Claro que os Bancos Centrais e o Federal Reserve têm condições de evitar. Acho que as decisões que estão sendo tomadas nos últimos dias vão nesse sentido. Mas algo que vai ser importante para o Brasil, derivado dessa situação externa nova, é que possivelmente as taxas de juros americanas vão demorar um pouco mais para voltar a subir. Isso deve manter o Brasil e outros emergentes que tiverem condições fiscais positivas como bons destinos para os recursos que estão transitando, flutuando e circulando no mundo”.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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