Mesmo com aumento de casos de Covid-19, São Paulo não cogita adiar aulas, diz Gabbardo
Coordenador do Centro de Contingência defende a vacinação de crianças para permitir o retorno nas escolas e afirma que expectativa ‘não é boa’ para as próximas semanas no Estado
Mesmo com o aumento de casos de Covid-19, Estado de São Paulo não cogita adiar a volta às aulas presenciais. A avaliação é que a maior parte dos trabalhadores da educação já estão imunizados com duas ou três doses da vacina, enquanto as crianças de 5 a 11 anos avançam na imunização, o que possibilita uma retomada segura. “Não estamos pensando em fazer nenhum tipo de adiamento do início das aulas. Pelo contrário, estamos dando uma velocidade maior na vacinação. Queremos ter todas as crianças acima de 5 anos já vacinadas em três semanas, pelo menos com a primeira dose da vacina”, reforçou João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 do Estado. Segundo ele, a recomendação é que os profissionais tomem a dose de reforço assim que possível.
“A medida que temos a terceira dose, a taxa de letalidade e casos graves reduz de forma muito intensa. O número de pessoas internadas é muito maior à medida que não foram vacinados. Quando se analisa os óbitos é mais ainda mais significativo. Quase que 90% dos óbitos ocorrem em pessoas não vacinadas”, acrescentou ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Embora o Estado não cogite uma cancelamento das atividades presenciais, o Gabbardo reconhece que o cenário pandêmico não é favorável e está longe de trazer uma queda na transmissão do coronavírus.
“A perspectiva das próximas semanas é de aumento no número de casos. É muito provável que nas próximas duas semanas a gente enfrente uma taxa muito alta de pessoas portadoras do vírus. A taxa de transmissão hoje está acima de dois. Isso significa que a cada 100 pessoas transmitem para mais de 200 pessoas essa doença, então é muito alta. Por enquanto, a expectativa não é muito boa não”, reconheceu. Nesta quarta-feira, 26, o governo de São Paulo anunciou a abertura de 700 novos leitos para Covid-19 após aumento nas internações. Mesmo com as altas, o coordenador-executivo nega que a decisão seja reflexo de um crescimento expressivo de casos graves da doença.
“O número de internados é menor do que nas ondas anteriores, mas estávamos trabalhando com menor número de internações, então temos que redirecionar os leitos que estavam em outras hospitalidades. Outra coisa que vem acontecendo é que muitos pacientes internam não porque estão com Covid-19. Internam por outras necessidades e quando chegam no hospital são testados. Hoje, 40% dos testes que fazem em assintomáticos dão positivo. As pessoas internam por outras razões, dão positivo e elas precisam ficar isoladas em leitos de Covid-19”, explicou.
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