Moody’s: Brasil é o país da América Latina com estrutura de gastos públicos mais engessada
O Brasil é o país da América Latina com estrutura de gastos públicos mais engessada, por conta da elevada participação de despesas obrigatórias. Os compromissos vinculados à Constituição, no orçamento federal englobam este cenário, segundo estudo da agência de classificação de risco Moody’s.
Os analistas calcularam um índice que leva em conta a rigidez orçamentária e o Brasil ficou em último lugar na região, com cerca de 90% das despesas atreladas às leis.
Equador, Peru e Nicarágua são os mercados latinos com estrutura mais flexível.
Este panorama dificulta o corte de gastos públicos e é um complicador para o ajuste fiscal.
Nos países com orçamentos mais maleáveis, as despesas obrigatórias respondem por até 50%. Já em outras localidades como Colômbia, Argentina e Costa Rica, os gastos mandatórios respondem por mais de 80% do montante.
A Moody’s alerta que as eleições deste ano, sobretudo no Brasil, México e Colômbia, elevam o risco de reversão de políticas e paralisação de reformas. Muitos desses temas vêm sendo adotados com o objetivo de avançar no ajuste fiscal e melhorar as contas.
A Moody’s ressalta ainda que as pressões inflacionárias estão contidas no país e, assim, a expectativa é que a política monetária continue flexível.
Os ratings de Brasil, México e Chile estão com perspectiva negativa, ou seja, a chance de rebaixamento é maior que o de melhora da classificação.
Das 29 economias da região monitoradas pela Moody’s, a maioria, 19 delas, tem perspectiva estável, com a probabilidade maior de manutenção da nota.
Apenas dois mercados, Panamá e Nicarágua, possuem projeção positiva, com chance de alta no rating.
*Informações do repórter Daniel Lian
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