MP dos empregos era ‘porta ao mercado de trabalho que o Senado fechou’, diz Lorenzoni

Ministro negou que a proposta era uma ‘minirreforma’ e disse que rejeição dos senadores aconteceu por ‘crise momentânea’ no Congresso; governo deve apresentar ‘caminho’ para o tema na próxima semana

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2021 09h29 - Atualizado em 03/09/2021 09h40
Eduardo Matsyak/Futura Press/Estadão Conteúdo - 23/06/2021 Onyx Lorenzoni veste uma máscara preta com o símbolo da república e a inscrição Ministério da Cidadania Segundo Lorenzoni, a proposta do governo é apresentar na próxima semana uma alternativa para a proposta

O Senado Federal rejeitou nesta semana a Medida Provisória 1045/2021, que mantinha o programa de proteção ao emprego e criava projetos que, entre outras coisas, incentivavam a contratação de jovens e pessoas com mais de 50 anos. Para os críticos, a proposta era considerada uma minirreforma trabalhista, sendo considerada um retrocesso. Na visão do governo, no entanto, a proposta buscava garantir a manutenção dos empregos em meio à pandemia, afirma o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni. “Temos 14 milhões de pessoas desempregadas. Elas estão precarizadas. Estamos falando de abrir uma porta para pessoas que, em sua grande maioria, não têm qualificação. Ideia é dar oportunidade para que em um turno ela pudesse ter uma ocupação, seja na empresa privada ou pública, e a cada semestre ela teria que fazer uma formação”, afirmou ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. “Uma pessoa que vai se capacitando tem mais condições de poder melhorar a renda ou buscar colocação que possa melhorar o seu ganho”, completou.

Segundo Lorenzoni, que nega que a MP fosse uma minirreforma, a proposta do governo é apresentar na próxima semana uma alternativa para que o tema volte a ser discutido no Congresso Nacional. “O Brasil gerou de janeiro até julho 1,8 milhão de empregos de carteira assinada, uma das maiores gerações da última década. Temos esperança de que até o final do ano chegue perto de 2,5 milhões, o que seria uma marca extraordinária para o país. Os programas eram focados em abrir uma porta [ao mercado de trabalho], que lamentavelmente o Senado fechou”, pontuou. Na visão do ministro, a rejeição dos senadores ao texto aconteceu devido a uma disputa entre os parlamentares, sendo a recusa uma espécie de “recado” enviado aos deputados. “Por causa desse conflito surdo que existe entre a Câmara e o Senado, a nossa votação acabou sendo insuficiente. Foi mais uma crise momentânea, que vai passar.”

Ao ser questionado sobre as manifestações pró-governo marcadas para o dia 7 de setembro, Onyx Lorenzoni afirmou que os atos serão uma “belíssima manifestação de amor ao Brasil”, para reafirmar que a bandeira do país “é verde e amarela, que temos um presidente que, apesar da forma que vem sendo agredido, nunca saiu das quatro linhas”. “Desde 2018 ao lado do presidente, nunca vi nas milhões de pessoas que participaram uma lata de lixo virada, um carro riscado, vidraça quebrada. Só vi famílias, crianças no colo e esperança. Vai ser uma manifestação absolutamente pacífica e ordeira.”

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