Mulher conquista mais espaço no mercado, mas no agronegócio obstáculos ainda são grandes
Estereótipos e preconceitos são os obstáculos vencidos por mulheres que trabalham no campo. Assim como em diversos setores, as pessoas mais tradicionais do agronegócio ainda estranham a presença de mulheres em altos cargos.
Felizmente, existem mulheres fortes que lutam para acabar com isso e mostram que o lugar da mulher é onde ela quiser.
A produtora de leite Marlene Kuait tomou as rédeas do negócio do marido e, além de acabar com a dívida de R$ 430 mil, tornou a leiteria referência de mercado. No início, ela não teve apoio nem do marido e nem da família. Fornecedores não a levavam a sério, e nem o único funcionário da leiteria.
No primeiro dia como chefe do empreendimento, o empregado disse que não recebia ordem de mulher. Mas Marlene respondeu à altura: “eu falei para ele ‘se o senhor não recebe ordem de mulher, o senhor está demitido’”.
A enfermeira Adriana Inês Vitorino passou 15 anos dando aulas de português e inglês.
Quando o pai faleceu, ela decidiu assumir a fazenda para não se desfazer do negócio que ele havia construído com tanto carinho.
A produtora ressaltou que o meio rural sempre foi uma atividade predominantemente masculina, e revela que já teve estereótipos atribuídos: “às vezes a pessoa fala ‘você não deve ser muito mulher’”.
A produtora Ana Maria Mendonça tem uma história parecida. Ela também tomou as rédeas do negócio depois de um falecimento. Mas neste caso, foi do marido.
Desde 1988, ela vai à fazenda todos os dias e é responsável desde a compra de sementes até a parte de comercialização da produção. Ela garantiu que teve sorte e dá um recado para as mulheres do futuro: “todas as pessoas procuraram me ajudar e me incentivaram que eu continuasse oi que nós tínhamos para sobreviver, que era a fazenda”.
As produtoras lembraram que, de fato, o campo é um setor predominantemente masculino. Mas ressaltaram que tem lugar de sobra para a mulher.
*Informações da repórter Nanny Cox
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