Parlamento britânico vota acordo do Brexit nesta terça-feira (15)

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 15/01/2019 09h35
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ANDY RAIN/EFE ANDY RAIN/EFE Apesar do apelo, a expectativa é de que Theresa May sofra uma derrota humilhante na noite desta terça - e a partir disso ninguém sabe exatamente o que vai acontecer

Os britânicos vivem nesta terça-feira (15) um clima de final de Copa do Mundo. Com a diferença de que o resultado da partida já é amplamente aguardado e seja qual for o placar final o país sairá perdendo. Mesmo assim, não se fala de outro assunto e a população irá acompanhar de perto a votação do plano de separação da União Europeia hoje na Câmara dos Comuns marcada para as 17h, no horário de Brasília.

Theresa May fez nesta segunda-feira (14) seu último apelo aos parlamentares. “Quando os livros de história forem escritos as pessoas vão olhar para a decisão desta casa e perguntar: nós cumprimos a decisão tomada pelo voto de deixar a União Europeia, ou decepcionamos a população?”, disse a primeira-ministra.

Apesar do apelo, a expectativa é de que Theresa May sofra uma derrota humilhante na noite desta terça – e a partir disso ninguém sabe exatamente o que vai acontecer.

Em tese, May terá mais três sessões parlamentares para apresentar um plano B. Embora já esteja claro há muito tempo que o acordo firmado com a Europa não será aprovado, May nunca deu pistas de que tem uma carta guardada na manga.

O líder da oposição, Jeremy Corbyn, promete apresentar um voto de desconfiança contra o governo já nas próximas horas. Ele quer uma eleição geral para formar um novo parlamento depois da iminente derrota de May.

Porém pouca gente acredita que os trabalhistas conseguiriam fazer uma negociação melhor com a União Europeia. Porque claramente o governo britânico está num beco sem saída. Os burocratas europeus não têm a menor intenção de facilitar o lado do Reino Unido porque esse experimento de separação é perigoso para o projeto do bloco. Ele simplesmente não pode dar certo, do ponto de vista do continente.

Logo, a missão de desfiliar a Grã Bretanha da União Europeia é tão complexa quanto tirar um ovo de dentro de uma omelete.

Seja qual for o desenrolar dos fatos nas próximas horas, cresceram muito as chances dos britânicos pedirem mais tempo para os europeus. E assim a separação prevista para o dia 29 de março, que era dada como certa, já não é mais tão garantida porque ninguém quer um divórcio sem acordo.

A movimentação para um segundo referendo também segue intensa e nada mais é considerado inviável. O Brexit segue tão indefinido quanto estava dois anos e meio atrás.

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