Poluição pode ser a causa de novo osso em tartarugas marinhas, aponta pesquisa brasileira
O aumento da poluição nos oceanos é uma das hipóteses para o surgimento de um osso a mais na boca de tartarugas verdes, espécie que corre risco de extinção.
A nova parte no corpo desses animais foi descoberta por um biólogo marinho brasileiro. São duas estruturas que até então nunca apareceram na literatura especializada.
O Edris Queiroz monitora esses animais no litoral paulista. Como trabalho de doutorado na Universidade de São Paulo, ele decidiu criar um atlas da morfologia óssea dessas tartarugas e a partir de carcaças fez a descoberta.
Cem animais mortos foram encontrados. De dez tartarugas analisadas, seis apresentaram a nova estrutura, o que comprova cientificamente que houve uma alteração morfológica na tartaruga marinha verde.
O biólogo conta que a partir da novidade é possível compreender os hábitos alimentares. “Hoje nós sabemos que os oceanos estão muito poluídos e as tartarugas marinhas, por serem animais no topo da cadeia alimentar, acabam comendo de tudo e, infelizmente, ingerindo muito lixo.”
“Pode ser que essas alterações que estão ocorrendo nas tartarugas, principalmente essa nova estrutura localizada, tem a ver com algo que elas estão passando. Ou seja, elas estão evoluindo para se adaptar a um novo ambiente, que a cada dia está mais poluído”, explicou.
A novidade já foi publicada na revista científica internacional IJAERS. De acordo com Queiroz, o próximo passo é saber por que esses dois novos ossos se desenvolveram no animal.
O trabalho foi realizado em parceria do Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente e a Faculdade de Medicina Veterinária da USP.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto
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