Registro definitivo na Anvisa permite ‘relato robusto’ sobre eficácia da CoronaVac, diz secretário

Na segunda, 14, o Instituto Butantan anunciou que não vai pedir o uso emergencial da vacina contra Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2020 09h22
WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 03/12/2020 Gorinchteyn defendeu que "os jovens se contaminam, levam a doença para casa e expõem pessoas de risco" e isso é perigoso

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, classifica a mudança de estratégia do Instituto Butantan em relação à CoronaVac como excelente. Na última segunda-feira, 14, o órgão anunciou que vai submeter os estudos para análise da Anvisa e autorização definitiva — não para uso emergencial — no dia 23 de dezembro. “Tínhamos 61 casos de Covid-19 nos voluntários e isso permitia a análise parcial dos dados. Com isso, o número de envolvidos na eficácia poderia ser bom, mas não era finalizado. Com mais de 174 voluntários positivados, a sinalização permite a abertura ampla e um relato robusto sobre a eficiência da CoronaVac.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, o secretário estadual destacou que essa mudança das datas não vai impactar no Plano Estadual de Imunização (PEI), que prevê o início da vacinação com a CoronaVac em 25 de janeiro. Mas ele disse esperar que o governo federal divulgue um Plano Nacional de Imunização (PNI) que inclua a vacina do Butantan com o laboratório chinês Sinovac, além de outras vacinas que se mostrem seguras e eficazes, e não seja preciso recorrer a alguma medida regional. “Uma vacina só é liberada mediante a segurança e a eficácia serem estabelecidas, após as análises clínicas”, completou, reforçando que não há motivos para duvidar dos estudos relacionados à “vacina chinesa”.

Quanto a decisão que derrubou a determinação do Estado de SP de que bares deveriam parar de vender bebidas alcoólicas às 20h, Jean defendeu que essa restrição é necessária. “Lazer noturno tem uma problemática muito grande na disseminação da Covid-19, especialmente entre os jovens. A consumo de bebida alcoólica permite que as pessoas fiquem mais tempo fora de casa, sem máscara. A própria OMS faz uma sugestão sobre isso porque evita aglomeração”, explicou. Gorinchteyn defendeu que “os jovens se contaminam, levam a doença para casa e expõem pessoas de risco” e isso é perigoso.

Jean Gorinchteyn destacou que o Estado de São Paulo não fechou estabelecimentos comerciais e que o governo estadual estimulou a economia com o Plano São Paulo para que as pessoas continuassem trabalhando. “Entendemos que é preciso cuidar da saúde e da economia. Nós reduzimos a comercialização de bebidas, tendo impacto na aglomeração, e também preparamos as unidades de saúde.” Sobre o controle da doença sem uma vacina, o secretário disse que nenhum medicamento teve eficácia comprovada no combate ao coronavírus e que a melhor maneira de tratar a contaminação ainda é se prevenindo e evitando.

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