Representante da ONU diz que Venezuela pode ter cometido “crimes contra a humanidade”
Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos sugere que Venezuela pode ter cometido “crimes contra a humanidade”. Zeid Al Hussein pediu ao Conselho que se crie uma investigação contra o governo de Nicolás Maduro.
“Há um perigo real de que as tensões vão sofrer uma escalada, com o governo esmagando as instituições democráticas e vozes críticas, incluindo acusações e processos criminais contra líderes opositores, detenções contraditórias, uso excessivo de força e em alguns casos até o uso de tortura”, disse.
Essa é a primeira vez que um representante da ONU fala sobre crimes cometidos na Venezuela.
Um relatório recente da equipe de Hussein mostra que o governo chavista foi acusado de “uso excessivo da força” e “várias outras violações de direitos humanos”.
Ele relembrou que a Venezuela é membro do Conselho dos Diretos Humanos e tem o dever de promover o cumprimento dos acordos: “eu também peço ao conselho que estabeleça uma investigação internacional sobre as violações aos direitos humanos na Venezuela”.
O chanceler venezuelano Jorge Arreaza negou as declarações e pediu o fim de “falsas acusações da ONU”: “a estratégia que está sendo aplicada contra o meu país de alguns centros de poder é um claro exemplo de uso dos direitos humanos como arma política com fins de dominação”.
Arreaza destacou que Hussein estaria sendo “seletivo” ao destacar crimes no país de Maduro e exige que o alto comissário para de publicar relatórios mentirosos: “os recentes informes contra a Venezuela precisam de rigor metodológico. São infundados, induzidos para perturbar a soberania, a paz e a estabilidade do nosso povo”.
O embate aconteceu durante a reunião ordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta segunda-feira (11), em Genebra.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.