Levantamento polêmico crava que conservadores perderão maioria no Parlamento britânico
As “Genis” dos dias de hoje nas eleições mundo afora são as pesquisas. Principalmente no Reino Unido onde elas erraram feio praticamente em tudo que foi definido pelo voto. Indicaram que a Escócia se tornaria independente, que os Conservadores não teriam maioria absoluta no parlamento e que os britânicos escolheriam ficar na União Europeia.
Fica até difícil dar muito crédito para o que elas estão apontando às vésperas da eleição-geral da Grã-Bretanha daqui a menos de dez dias. Mesmo assim, o tradicional jornal londrino The Times publicou nesta quarta-feira (31) um levantamento bastante polêmico do instituto YouGov cravando que os conservadores vão perder a maioria no parlamento e não vão conseguir governar sem fazer alianças com outros partidos.
A capa publicada nesta quarta-feira está causando uma grande discussão, já que ela projeta um cenário terrível para a política britânica, sobretudo às vésperas do início das negociações formais do divórcio europeu. Se de fato a pesquisa estiver correta, seria o maior tiro que saiu pela culatra dos últimos tempos na Inglaterra.
O levantamento aponta que os conservadores ainda seriam os mais votados, mas ele traz inclusive uma projeção de quantas cadeiras cada partido conseguiria no parlamento, algo que é difícil de calcular no sistema de voto distrital britânico.
As consequências desse resultado seriam tão drásticas que possivelmente Theresa May seria forçada a renunciar ao cargo de primeira-ministra. Só para dar uma indicação de como a capa do Times desta quarta tem potenciais desastrosos, a libra esterlina despencou na cotação ante o dólar e o euro, confirmando uma volatilidade que se mantém desde o referendo do ano passado.
Agora, se as pesquisas em geral andam sem muita credibilidade, essa está sendo especialmente atacada porque o modelo utilizado pelo instituto é bem controverso e praticamente inédito. O modo de se fazer os cálculos foi alterado e os resultados não batem com o que as outras pesquisas estão indicando.
O que todas mostram, no entanto, é que os trabalhistas estão crescendo dia após dia. Nesta quarta-feira (31), a BBC 1 vai fazer seu debate com a presença do líder da oposição, Jeremy Corbyn, mas sem a participação de Theresa May, que se recusou a enfrentar o adversário cara a cara.
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