‘As pessoas estão obcecadas’, diz André Marinho sobre especulações de jantar com Temer
Em entrevista ao Morning Show, humorista afirmou que confraternização foi um encontro de várias tribos: ‘Estão atribuindo uma importância superestimada’
Nesta quarta-feira, 15, o programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu André Marinho, humorista que aparece imitando Jair Bolsonaro em um jantar com o ex-presidente Michel Temer num vídeo que viralizou na internet. Em entrevista, ele afirmou que o encontro não tinha como objetivo articular um impeachment contra o presidente. “Foi uma repercussão que superou expectativas, mas de fato as pessoas estão sempre obcecadas a ter uma leitura ampla do que foi uma simples confraternização em torno do pacificador Michel Temer, que exerceu o papel de conciliação. Não foi um jantar para grandes articulações nos salões da aristocracia, os ‘iluminatis’ reunidos numa mesa para derrotar Bolsonaro, foi um encontro de várias tribos. Se fosse um jantar em torno de uma articulação para promover um impeachment, o Kassab, que era da tese do impeachment antes do dia 7, agora já se posicionou com um ‘não é bem assim’.”
Marinho afirmou que, apesar do vazamento do vídeo, não imaginou que a gravação que teria sido feita por Elsinho Mouco, marqueteiro de Temer, pudesse repercutir em grandes proporções. “Isso nem estava sob consideração, pelo menos da minha parte. É natural que as pessoas, que talvez tenham um ímpeto, o dedinho maldito, de divulgar para um melhor amigo, do melhor amigo para outro melhor amigo, na confiança, você sabe o que é. A estética é muito sedutora para que teses como essa possam acabar sendo aventadas, mas eu realmente garanto que estão atribuindo uma importância superestimada, não foi para tanto. De fato eu faço a imitação do presidente Bolsonaro em todas as minhas interações. Tentar atribuir a mim, com o meu retrospecto enquanto imitador, não corresponde com a verdade. O humor é subversivo, o humor é contestação, doa a quem doer.”
O humorista ainda comentou sobre a repercussão dos atos convocados pelo MBL, Vem Pra Rua e políticos da terceira via, que aconteceram no último domingo, 12, do qual participou. Segundo André Marinho, a baixa adesão do público não muda o cenário econômico crítico do Brasil. “Eu tento me pautar objetivamente pelo que aconteceu, de fato estava esvaziado. O fato é que o Brasil segue com a economia em frangalhos, com o governo sem rumo, submisso ao STF, com problemas crônicos. O brasileiro de modo geral está descrente e desesperançoso com a política, especialmente com a frustração de reformas e avanços sociais estagnados. De modo geral, o brasileiro não quer se engajar. A mudança tardia, tentando trazer várias colorações políticas, as pessoas não se sentem representadas por essa mescla tão ampla. A ausência de um nome, brasileiro não vota em partido, vota em nomes, enquanto não tem um nome para catalisar essas forças, não vai haver um consenso. Se a terceira via ficar encastelada achando que vai haver um clamor popular maciço para ungir um nome específico, não vai. O próprio Moro, que talvez teria a melhor tese, você não vê ele ter uma defesa apaixonada pelo próprio legado.”
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